quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Poesia pelo Clima na Tascá


Ler poesia em voz alta é um acto que comporta alguma seriedade, clarividência e justeza. É nestes momentos de leitura de poemas em público que o clima pode sair a ganhar. Os poetas sempre souberam que o significado de poesia é fazer, criar algo novo, mudar a realidade. O clima é melhor quando há pessoas à volta dos poemas, dos poetas e dos leitores que os lêem.
É justo pensar que cada poema tem a sua organicidade, o seu próprio funcionamento interno. O clima global não está nada famoso, afirma Greta Thunberg. Ler poesia pode salvar, acreditamos nós. Hoje, quinta-feira, iremos ler poesia pelo clima, pelo planeta, pela casa em que habitamos.

Verso dos Linda Martini

O chão que pisas sou eu

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Fim da Tarde

Fotografia de Carlos Olyveira 

Ainda o Burning Summer Festival

Tcheka e Mário Laginha


O “Burning Summer Festival” é, cada vez mais, um festival que conjuga a ecologia com a diversidade musical num território particular como é a freguesia de Porto Formoso, na Ilha de São Miguel. Aqui alia-se a beleza da paisagem com uma paleta de sonoridades díspares que continua a ter uma boa recepção por parte dos festivaleiros e melómanos à mistura. A edição deste ano não foi diferente e foi então momento para ouvir a excelente dupla: Tcheka e Márilo Laginha. Estes abriram uma frente musical que primou assim pela diferença, tendo ficado na retina e nos ouvidos uma canção crioula de grande melodia e intensidade - "Rosadi Rezadu". Coisa linda para audição constante. 




Fui ao Mar Buscar Laranjas de Pedro da Silveira

A poesia reunida de Pedro da Silveira

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Dos Sonhos

"Os sonhos são as manifestações não falsificadas da actividade criativa inconsciente."
Carl Jung

terça-feira, 10 de setembro de 2019

das palavras finais de um homem

         "A primeira palavra dita em Citizen Kane, de Orson Wells, é também a última palavra de um protagonista que morre: «Rosebud». No ano seguinte - 1942 - sai Casablanca, tendo como protagonista Humphrey Bogart, que só morrerá na década seguinte, logo após afirmar:« Nunca devia ter trocado o Scotch pelo Martini.» 
        Nesse mesmo dia morre um velho escocês, um bêbado, cujas últimas palavras se dirigem à filha mais velha: «Passas tu pela lavandaria?»
        Uma milionária muda o testamento, privando os netos de tudo, e deixa o seu vasto império ao gato Tobias. Nomeio o irmão como cuidador, a quem deixa alguns milhões. Deixa-se morrer em silêncio, regozijando com a imagem de assombro na cara dos netos quando descobrissem.
        «O papel de parede ou eu!» Terá dito Oscar Wilde em 1900. Não muito longe morre uma octogenária junto ao marido desolado. Ela diz-lhe com doçura: «Estes sessenta e três anos de casamento vivia-os todos outra vez...», e morre de olhos abertos.
        «Mais luz!», terá bradado Goethe em 1832.«Estou farto!», terá confessado Winston Churchil antes de cair num coma. «Tenho de ir, o nevoeiro adensa-se», terá sido o verso final de Emily Dickinson em 1886.«Preparem o figurino de cisne», as palavras que pontuaram a vida da bailarina Anna Pavlova,  e «o Teodósio não é teu filho», as palavras que mudaram a vida do Adalberto. 
         «I Know not  what tomorrow will bring» terá sido a última frase escrita por Fernando Pessoa, um antes da morte em 1935. O biógrafo João Gaspar Simões, no entanto, assegura que as palavras finais do poeta terão sido: «Dá-me os óculos.»
        O som preferido por milhares e milhares de homens e mulheres nos instantes antes de partir terá sido um gemido. Muitos terão  dito «Adeus», tantos quantos «Não quero morrer». Um número considerável pediu perdão, um número menor que cuidassem da sorte de um animal de estimação, e um número ainda menor agradeceu.
         Um número considerável de mulheres e homens prestes a morrer confessam um segredo, um pecado, libertam-se de um peso que não querem ter de carregar. Muitos rezam, em todos os idiomas e todas as fés, a diferentes deuses. Alguns perguntam: «Porquê?»"

Joana Bértholo, in Ecologia, Editorial Caminho, 2019.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Da Respiração

"Continua-se a respirar. No fundo é respirar, respirar a sua respiração."

Lourdes Castro, entrevista de João Pacheco na Revista Expresso, 31 de Agosto de 2019.