terça-feira, 11 de maio de 2021

UMA FALTA SOBRE O FALSO

 


       A FALTA#3 está pronta! O FALSO é o tema das páginas da FALTA que vos chegará às mãos em Junho. Anteriormente, abordámos os temas da FALTA, da FALHA e da FOLIA. Há novamente poesia, ilustração, desenho, conto, prosa, e, por isso, este número 3 conta com as presenças e os contributos de Lia Goulart, Leonardo Sousa, P de Jesus, Henrique Santos, João Paulo Esteves da Silva, Ana Paula Inácio, Vítor Bilhete, António Alves, Aurora Ribeiro, João Miguel Ramos, Jorge Kol de Carvalho, Sofia Neto de Medeiros, Ana Lúcia Figueiredo, Carlos Olyveira, Rui Anselmo, Joana Gama, Ivan Navi Character, Rui Machado, Rodrigo Queiroz, Teresa Pereira, Sílvia Costa Santos, João Amado, Joana Matos e Sofia Catela. Há também uma entrevista ao fotógrafo italiano, Mattia Zoppellaro, ao músico furnense, Romeu Bairos, um questionário marado à actriz Ana Brandão, um interrogatório a Nikos Falácia Cautela e, por fim, um Quiz Azórico. Esta edição conta também com o suplemento FALTINHA, que dá voz a mais de uma dezena de colaboradores mais novos que quiseram estar presentes. A tiragem é de 250 exemplares e, após o seu lançamento, poderá procurá-la nos locais do costume ou pedir um exemplar para: fanzine.falta@gmail.com

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Do Medo

        “Tenho medo do que possa acontecer às pessoas de quem gosto, não queria que sofressem. Assisti a isso muitas vezes e é terrível. Quanto a mim, não tenho medo da morte. Não gostava nada era de morrer tão cedo. Portanto, não é medo de morrer: é vontade de continuar.”

Luís Miguel Cintra, in Revista Expresso, 30 de Abril de 2021.

domingo, 2 de maio de 2021

Maio-31 Dias

      "A aurora principia às 04h. e 39m. O sol nasce às 06h. e 44m. De 1 a 31, os dias crescem 50 minutos.

      O signo Geminis e o Planeta Mercúrio dominam de 22 deste mês a 21 de Junho. Promovem os ventos do poente e têm influência sobre as Ilhas Terceira, São Jorge, Pico e Faial. Acaba de semear melões, melancias e feijão; em terras húmidas, milho, salsa e coentro; planta hortaliças, hortelã, tomateiros e malaguetas, alfaces, cebola, cenouras, mostarda, pimentos  e repolhos;  monda os trigos, limpa as vinhas do pulgão e se as vinhas forem prejudicadas  pelo oídio, aplica cinza peneirada  e enxofre  em igual quantidade, que os resultados serão satisfatórios; apanha os trigos e o linhos maduros; enxerta as árvores e tosquia as ovelhas. No minguante castra os bezerros, porcos e cordeiros; deita galinhas em choco."

in Almanaque do Camponez, Repertório Crítico, Cómico e Prognóstico,104º ano de Publicação para 2021, fundado por Manuel Joaquim de Andrade.

Um Verso de Otto

 São flores de um longo Inverno

Dias Nublados

                         Fotografia de Carlos Olyveira

sábado, 1 de maio de 2021

Os Maios de Maio

         Celebra-se, hoje, o Dia Internacional do Trabalhador, um pouco por todo o mundo. Este feriado acontece duas semanas depois da chegada da Primavera, a retoma da estação vital, essa poderosa alavanca do vigor floral e da natureza na sua expressão vibrante.
       Aqui, por toda a ilha, assistimos à antiga e popular tradição dos Maios que se renova anualmente nas diferentes ilhas dos Açores, ocupando espaço e suscitando atenção nos mapas da geografia insular. Desta feita, os ilhéus resolvem comemorar o advento da vida e da natureza com a colocação dos Maios no exterior dos espaços: nas varandas das casas, à entrada dos cafés, no alpendre dos solares, à soleira das portas. Estes bonecos executados de forma artesanal, semelhantes às figuras humanas, por vezes ainda maiores ou elaborados de forma exagerada e caricatural, portanto, para que possam ser observados e contemplados pelos seus modos excessivos e convincentes.
       O ritual é, por isso, muito antigo, já que Maia era a deusa da mitologia romana da Primavera, sendo que esta evocação foi conotada como uma festa pagã, apontando essencialmente para o nascimento da vida: a aparição das flores, o semear das colheitas e das plantações de cultivo. Assistimos, assim, na abertura do mês de Maio ao aparecimento os Maios e, junto destes bonecos antropomórficos, surgem sátiras, pregões, narrativas, que dão conta das figuras e escarnecem de riso ou encobrem tristeza os dias e a vida que por aqui se vive. Em perspetiva, trata-se de uma folia para quem passa e observa o divertimento ali presente e que pode partir pela ilha fora em busca dos dizeres mais aguçados e acutilantes. 
         Assim, aproveite-se este momento para homenagear o impulso primaveril que recomeça bem como a festa e a criatividade humana.