quarta-feira, 28 de julho de 2021

segunda-feira, 26 de julho de 2021

"Mais uma Rodada" de Thomas Vintemberg

       "Druk" é um filme de Thomas Vintemberg e foi convertido para português com o título de "Mais uma  Rodada" e que, após ter estreado em Abril e uma presença vitoriosa em dezenas de festivais e na secção internacional dos óscares, chegou agora à sala do Teatro Micaelense.
    "Mais uma rodada" parte de um citação de um filósofo norueguês Finn Skårderud,   que sustenta que o nosso corpo necessita de 0,5 de álcool no sangue para funcionar como deve ser. Os quatro professores do filme passam a acreditar nisso, à semelhança de outras figuras históricas, ainda que tentem ludibriar e contornar quotidianos chatos e aborrecidos até que as coisas desatam mesmo a correr mal ou ultrapassam os limites do desejável. Nenhum mal vinha ao mundo se isto não se passasse  na organizada e ultra desenvolvida Dinamarca, país nórdico com altos índices de literacia e civilidade mas em que qualquer  iniciação à vida adulta é feita com a ajuda de quantidades colossais de álcool no sangue, com o hino nacional como pano de fundo. 
      Thomas Vintemberg filma obsessivamente Mads Mikkelsen (já o tinha feito em "Caça", 2013) - o seu olhar intenso e perdido, os seus movimentos delicados e bruscos, os seus gestos mais visíveis e secretos. Ele sabe, no entanto, que é um actor em estado de graça (basta ver a forma como dança no final), e é, pois, de uma segurança e brilhantismo que não se pode ocultar esta presença absolutamente estimulante e cativante. É por isso que "Mais uma Rodada"  faz jus ao título, sobretudo para lembrar que esta obra permanecerá na memória por muitos e muitos anos e, que quem a viu merece, por essa mesma razão, celebrá-la e fazer o respectivo pedido

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Obrigado, Dinis Botelho!

         Hoje foi-se embora um dos mais bonitos seres humanos que conheci em São Miguel: Dinis Botelho. Conheci-o há seis anos, quando aportei novamente por aqui, altura em que o concurso de professores me tinha trocado as voltas. Felizmente, guardei a energia para outras coisas que ainda hoje me orgulho de ter feito com outros tantos cúmplices, inclusive o Dinis. Por isso, publiquei, no Boletim Cultural Fazendo, Março de 2016, o meu primeiro encontro com este mestre das artes gráficas, aproveitando para relatar o seu trabalho tipográfico minucioso e a sua prolixa e fecunda abertura aos meus novos que despontavam interesse numa arte que nos parece muito antiga e que afinal continua  tão bela e actual (a Júlia Garcia que o diga)! Desta feita, sempre que alguém estava de visita a São Miguel, a Tipografia Micaelense era quase sempre a porta de entrada para conhecer o Dinis e o Eduardo no exercício das suas funções. Mais tarde, acompanhei também grupos de alunos que se espantavam com as máquinas, os tipos e a figura daqueles tipógrafos rodeados de letras e de tinta. O Dinis Botelho recebia sempre toda a gente com a modéstia dos mestres, a alegria de quem gosta do que faz e queria transmitir, a quem não sabia, o gosto por aprender. Não sei o que me irá acontecer quando voltar à Tipografia Micaelense sem vê-lo por lá com o cigarro em punho, não sei, mas sei que já tenho muitas saudades de cumprimentar o Dinis tal como gostaria de agradecer-lhe a alegria de muitos dias que fui vivendo por aqui! Obrigado, Dinis! 

segunda-feira, 19 de julho de 2021

-"E a vida?

-Raros bons momentos intercalados numa grande chatice."

in "Diz-lhe que Estás Ocupado, Conversas com Alexandre O´Neill", edição Tinta da China, Maio, 2021. 

terça-feira, 6 de julho de 2021

Um Poema de Cesare Pavese

 És queimada como o mar,

como um fruto de escolho,

e não dizes uma palavra 

e ninguém te fala.

Tradução de Rui Caeiro, edições do Saguão, Abril de 2021.