terça-feira, 2 de dezembro de 2025

A Razão de Sonho Alucinado dos WE SEA

    "Combinámos que o Zeca Medeiros escreveria a letra e eu ficaria responsável pela composição das vozes. Ele escreveu a letra numa noite de insónia e passou-ma por telefone." 

Rui Rofino, in Blitz, entrevista de Paulo André Cecílio, 1 de Dezembro de 2025

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

A Vida do Homem de Giusepe G. Belli

Nove meses no fedor, depois nas faixas,
por entre crostas, beijocas, lagrimonas,
depois à trela, na andadeira, em camisinha,
pára turras na testa, cueiros por calções.

Depois começa o tormento da escola,
o á bê cê, a vergasta e as frieiras,
a rubéola, a caca na cagadeira
e um pouco de escarlatina e de bexigas.

 Depois o ofício, o jejum, a trabalheira,
a pensão a pagar, as prisões, o governo,
o hospital, as dívidas, a crica,

 o sol no Verão, a neve no Inverno…
E por último – e que Deus nos abençoe –
vem a morte, e acaba no inferno.
 Tradução de Alexandre O’Neill
(escutado aqui:www.estudioraposa.com) 

Sistema Naturae #43 de Urbano

Técnica Mista sobre tela 
2019
in De Natura Maris, 2019
Letras Lavadas 
 

Verso de Garota Não

 Não deixes endereços. Por favor: 

Filipe Furtado na FLOP

      Filipe Furtado, o músico e autor de “Prelúdio” e “Como se Matam Primaveras”, irá tocar no próximo dia 6 de Dezembro, na Biblioteca Arquivo Municipal, em Ponta Delgada, num concerto ilustrado no FLOP – Mercado da Banda Desenhada e do Fanzine. Há poucos dias falámos com ele sobre a possibilidade deste voltar a tocar em solo açoriano.

DM: Onde e quando é que gostarias de tocar nos Açores?
FF: Qualquer contexto para tocar nos Açores é uma espécie de dádiva e divida. É algo que estimo muito, que só tenho a oportunidade de fazer muito de vez em quando. Sinto-me muito realizado quando posso tocar para a família e amigos das ilhas. Tenho a certeza que esse sentimento é comum a muitos dos camaradas que saíram das ilhas em busca de melhores condições para desenvolver os seus projectos artísticos. O panorama artístico nos Açores, em particular em S. Miguel, que é o que acompanho com melhor conhecimento de causa, mudou bastante. Tenho conseguido tocar em salas bonitas e em contextos que me desafiam. Quando posso não só apresentar o trabalho que venho a desenvolver com o meu trio, mas, do mesmo modo, também ter espaço para sair dessa zona de conforto e fazer trabalho que se insere noutras hipóteses multidisciplinares. Vou puxar a brasa à tua sardinha, monsieur Fernando, e relembrar a banda sonora para o "Três Haikais, um Peixe Surfista e uma Canção de Amor para o Areal"; o trabalho desenvolvido em residência artística com a Juliana Matsumura na In.Fusão #2 da Vaga, em 2023, no qual escreve um dos poemas que integram o álbum: "Transplantar é Possível". O concerto ilustrado no FLOP, no próximo dia 6 de Dezembro, por exemplo. Interessam-me esses desafios de me colocar como músico, mas não só. Quero pensar outros objetos artísticos. Fazê-lo nos Açores é uma forma de apaziguar alguns dos desenraizamentos que se apoderam de mim. São oportunidades de fazer aquilo me realiza mais em casa.

Dos Hábitos

      "Quando, em Portugal inteiro, incluindo, portanto os Açores, nos habituamos, desde há séculos, a preferir conhecer o namorado da filha do cozinheiro do ministro, porque, assim, pela porta da cozinha, conseguimos resolver quase tudo o que realmente nos interessa."

Francisco Maduro Dias, in Açoriano Oriental, 1 de Dezembro, 2025. 

Vulcões no ARQUIPÉLAGO

Dia 4 de Dezembro no Arquipélago CAC
18h30 
Araucácia Edições 
 

Dos Direitos

         "Vejo a violência doméstica à luz da conflitualidade humana, mas repudio-a. Acredito no entendimento, na busca pelo equilíbrio. No diálogo. Na concórdia. Não se ama uma mulher num momento, e no outro enfia-se-lhe uma faca no ventre. Não podemos baixar a guarda na defesa dos direitos, não só das mulheres, mas também de quem é mais vulnerável, seres humanos como eu."

Mário Roberto, in "Nas Asas da Igualdade", Açoriano Oriental, 30 de Novembro de 2025. 

Bicicletas

     "Portugal era um país pobre, quem usava bicicleta era pobre. Hoje ainda há preconceito, quem me compra bicicletas é malta estrangeira." 

Salvador Esteves, dono da Salva Biclas, in Jornal Expresso.