segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Filipe Furtado na FLOP

      Filipe Furtado, o músico e autor de “Prelúdio” e “Como se Matam Primaveras”, irá tocar no próximo dia 6 de Dezembro, na Biblioteca Arquivo Municipal, em Ponta Delgada, num concerto ilustrado no FLOP – Mercado da Banda Desenhada e do Fanzine. Há poucos dias falámos com ele sobre a possibilidade deste voltar a tocar em solo açoriano.

DM: Onde e quando é que gostarias de tocar nos Açores?
FF: Qualquer contexto para tocar nos Açores é uma espécie de dádiva e divida. É algo que estimo muito, que só tenho a oportunidade de fazer muito de vez em quando. Sinto-me muito realizado quando posso tocar para a família e amigos das ilhas. Tenho a certeza que esse sentimento é comum a muitos dos camaradas que saíram das ilhas em busca de melhores condições para desenvolver os seus projectos artísticos. O panorama artístico nos Açores, em particular em S. Miguel, que é o que acompanho com melhor conhecimento de causa, mudou bastante. Tenho conseguido tocar em salas bonitas e em contextos que me desafiam. Quando posso não só apresentar o trabalho que venho a desenvolver com o meu trio, mas, do mesmo modo, também ter espaço para sair dessa zona de conforto e fazer trabalho que se insere noutras hipóteses multidisciplinares. Vou puxar a brasa à tua sardinha, monsieur Fernando, e relembrar a banda sonora para o "Três Haikais, um Peixe Surfista e uma Canção de Amor para o Areal"; o trabalho desenvolvido em residência artística com a Juliana Matsumura na In.Fusão #2 da Vaga, em 2023, no qual escreve um dos poemas que integram o álbum: "Transplantar é Possível". O concerto ilustrado no FLOP, no próximo dia 6 de Dezembro, por exemplo. Interessam-me esses desafios de me colocar como músico, mas não só. Quero pensar outros objetos artísticos. Fazê-lo nos Açores é uma forma de apaziguar alguns dos desenraizamentos que se apoderam de mim. São oportunidades de fazer aquilo me realiza mais em casa.

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