sexta-feira, 25 de julho de 2025

Despedida de Naná da Ribeira

A chegada do verão afasta-nos do centro
os dias esfumam-se lentamente
todo o azul e toda a claridade
ouve-se um saxofone no corredor
ninguém diz nada, ninguém sabe nada
o motor é o escape possível no asfalto
as unhas de gel carregam no telemóvel
produzem um enervante som de plástico

À noite a almofada evoca o esconderijo
único mistério guardado da existência
amanhã não subsistirá mais nada
apenas uma algibeira de memórias
e a habitação de uma descoberta desfeita 

Sem comentários:

Enviar um comentário