sábado, 8 de fevereiro de 2025

Ainda Estou Aqui: o Brasil Aqui Tão Perto!

        É a película brasileira mais badalada do momento e continua nas salas de cinema portuguesas. Trata-se da longa-metragem "Ainda Estou Aqui", de Walter Sales. Por cá, aumentou também o seu número de sessões diárias e, aguarda-se, portanto, a entrega dos óscares, este ano a 2 de Março, para saber se o filme continuará ou não em exibição. Comece-se, pois, por dizer que o filme "Ainda Estou Aqui" é surpreendente, sobretudo por que todos sabermos que se trata de uma história com um pano de fundo verdadeiro e apoiada em personagens reais. Resumidamente, a narrativa fílmica aborda a família numerosa Rubens Paiva, quando estes viviam no Rio de Janeiro junto da praia e aparentavam aos olhos de todos uma vida entusiasmante e feliz. Subitamente, a ditadura militar brasileira interrompe essa felicidade ao levar consigo o pai de família e deixar os restantes familiares num sofrimento atroz e a incógnita do seu paradeiro. Que papelaço enquanto Eunice, Fernanda Torres!
      "Ainda Estou Aqui" é, portanto, um filme de afectos, o retrato de união de uma família sólida, a leveza e a frescura dos sentimentos das pessoas, os seus laços, os seus momentos  e idiossincrasias, ainda as suas virtudes, as suas falhas e silêncios. Subterraneamente e, a partir de um dado momento, percebemos que estamos perante algo que devemos sempre lembrar: a ditadura. Esta que é implantada para impor uma única voz e pensamento e  assim, vai disseminando a censura, a tortura, a ignomínia, a privação de liberdade, a insidiosa condenação dos corpos e dos movimentos. É urgente defender a liberdade e, essencialmente, a vida em liberdade, que, tal como este líbelo cinematográfico, é a nobre missão de uma qualquer obra de arte!