
domingo, 21 de setembro de 2014
E que o Povo Cante...

Dois Poemas de Heitor Aghá Silva
Na mão direita o silex
Na mão direita o sílex,
a pedra tosca.
Preênsil o sonho adere
o gume rápido,
à súbita e excessiva claridade.
Galho a galho, feericamente iluminado,
treparei às bagas mais desejadas
e nos ramos mais altos dos meus olhos
Trepador exímio de cíclicas mutações
visceralmente confluo
às regiões remotas
onde a Primavera permanece intacta.
Comovido pelo remoinho ancestral
no vértice mais criativo
redescubro a água e a luz,
raiz e sonho da memória biológica
assimilada.
in "A Arqueologia da Palavra", Heitor Aghá Silva, 1991.
Na mão direita o sílex,
a pedra tosca.
Preênsil o sonho adere
o gume rápido,
à súbita e excessiva claridade.
Galho a galho, feericamente iluminado,
treparei às bagas mais desejadas
e nos ramos mais altos dos meus olhos
sílaba a sílaba construirei
as luzes rápidas
da minha anunciada humanidade.
Trepador
exímio
visceralmente confluo
às regiões remotas
onde a Primavera permanece intacta.
Comovido pelo remoinho ancestral
no vértice mais criativo
redescubro a água e a luz,
raiz e sonho da memória biológica
assimilada.
in "A Arqueologia da Palavra", Heitor Aghá Silva, 1991.
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