terça-feira, 30 de agosto de 2016

Uma Ode a Santa Clara

Regressámos, portanto, aos ensaios, ainda que o façamos mais cedo pois havia filme-homenagem que não queríamos perder. Passou, entretanto, mais de uma década sobre a memória de “Ver o Pensamento Correr”, um documentário sobre António Palolo, realizado por Jorge Silva Melo. Por isso, foi muito importante ver este “Ana Vieira: e o que não é visto”, não pela semelhança entre artistas mas pela forma com o realizador “encena os seus documentários sobre artistas plásticos”. Jorge Silva Melo começa por dialogar com Ana Vieira, filmando-a inicialmente de costas num jogo de ocultação/visibilidade, investindo no questionamento do espectador com as obras de arte, essencialmente na forma como este as percepciona e se coloca perante os objectos artísticos. Deste modo, permite que Ana Vieira esclareça esse jogo de espelhos, as sombras e transparências...fazer ver de fora e com uma consciência em off. Sem dúvida, um documentário subtil, delicado e honesto na representação da artista e do seu trabalho. Hoje há conferência pelo Paulo Pires do Vale na Galeria Fonseca e Macedo.
E depois, voltaremos novamente à luminosa e encantadora Santa Clara, antes deste fim de Agosto, esse mês em que gostaríamos de permanecer como na infância…os últimos dias deste Estio caloroso, húmido, e com o sabor a sal. Leremos, assim, repetidamente e, de forma exaustiva, partes da peça, já com bancos do cenário montado, sobretudo para que dessa forma possamos encontrar uma maior “organicidade” do texto teatral – um chavão agora repetido e abusado ad nauseam pelos já poucos espectadores de teatro. E, queiramos ou não, lá entraremos em Setembro…

Do Prazer

O maior prazer que alguém pode sentir é o causar prazer aos seus amigos.

Francois de Voltaire (1621-1695)