O Arquipélago - Centro de Artes
Contemporâneas – baluarte artístico e arquitectónico da cidade da Ribeira
Grande - comemora este sábado, dia 29 de Março, dez anos de idade. Para abrilhantar a
cerimónia há um concerto na blackbox do trio André Rosinha (Marcos Cavaleiro na
bateria, João Paulo Esteves da Silva no piano e André Rosinha no contrabaixo),
que irá apresentar o álbum “Raiz”, editado em Janeiro deste ano.
Numa década de actividade, o espaço do
CAC foi palco de muitas exposições e variados acontecimentos artísticos que
marcaram a cultura insular. À memória salta logo a “Festa. Fúria. Femina. –
Obras da Coleção FLAD”, ainda a retrospetiva da obra do pintor Urbano, “De Natura
Maris”, ou o legado expositivo das obras de Maria José Cavaco com “Lugares de
Fractura”, a poesia visual e gráfica de Ana Hatherly, através da colecção da FLAD, ou o
sucesso da colectiva “Quatro Quatro”, exposição de 20 artistas a viver no
território açoriano, num ciclo expositivo de 4 artistas X 5 momentos de
exposição (cada 4 artistas convidavam 4 artistas para o momento seguinte). No que
toca ao audiovisual, destaque-se as apresentações anuais de videoarte nas
edições do “Fuso-Insular”, um evento que vai crescendo dada a sua perspetiva divulgadora e formadora, sempre sob a supervisão de Rachel Korman. Quanto à programação de cinema na blackbox, por lá foram vistos essencialmente
documentários - “Natureza Morta” e “48”, de Susana de Sousa
Dias, Aztrakan 79, de Catarina Mourão, “Lúcia e Conceição”, de Fernando Matos
Silva, entre outros. Pena que o cinema ocupe uma função tão residual numa
cidade sem programação de cinema contemporâneo, isto é, sem filmes em cartaz.
No entanto, tem sido a música que tem pontuado mais aquele espaço, pois já
foram muitos os músicos e projectos musicais que por ali passaram, tanto nacionais como internacionais. Recorde-se, assim, Marina Holper, Joana Gama e
Luís Fernandes, que acturaram nas edições do Tremor, ou ainda os concertos dos açorianos: PS.Lucas, WE SEA, King John, PMDS, Engengroaldenga, Ângela da
Ponte, Marianna, Sara Ross, Diana Botelho Vieira, Katerina L’dokova, Sara Cruz,
Ana Paula Andrade, etc.

O Arquipélago - CAC, ao longo destes dez anos,
consolidou a sua centralidade e relevância junto da comunidade artística
insular, essencialmente nas artes plásticas e na música, podendo ambicionar
mais e melhor em áreas como o teatro ou o cinema, bem como potenciar expandir o
seu raio de ação junto da comunidade local, apostando na formação de novos
públicos e no provimento efetivo do seu serviço educativo. Por agora, ficam aqui os
mais que merecidos parabéns!