quinta-feira, 27 de março de 2025

CAC - ARQUIPÉLAGO: 10 Anos!

         O Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas – baluarte artístico e arquitectónico da cidade da Ribeira Grande - comemora este sábado, dia 29 de Março, dez anos de idade. Para abrilhantar a cerimónia há um concerto na blackbox do trio André Rosinha (Marcos Cavaleiro na bateria, João Paulo Esteves da Silva no piano e André Rosinha no contrabaixo), que irá apresentar o álbum “Raiz”, editado em Janeiro deste ano.
        Numa década de actividade, o espaço do CAC foi palco de muitas exposições e variados acontecimentos artísticos que marcaram a cultura insular. À memória salta logo a “Festa. Fúria. Femina. – Obras da Coleção FLAD”, ainda a retrospetiva da obra do pintor Urbano, “De Natura Maris”, ou o legado expositivo das obras de Maria José Cavaco com “Lugares de Fractura”, a poesia visual e gráfica de Ana Hatherly, através da colecção da FLAD, ou o sucesso da colectiva “Quatro Quatro”, exposição de 20 artistas a viver no território açoriano, num ciclo expositivo de 4 artistas X 5 momentos de exposição (cada 4 artistas convidavam 4 artistas para o momento seguinte). No que toca ao audiovisual, destaque-se as apresentações anuais de videoarte nas edições do “Fuso-Insular”, um evento que vai crescendo dada a sua  perspetiva divulgadora e formadora, sempre sob a supervisão de Rachel Korman. Quanto à programação de cinema na blackbox, por lá foram vistos essencialmente documentários - “Natureza Morta”  e “48”, de Susana de Sousa Dias, Aztrakan 79, de Catarina Mourão, “Lúcia e Conceição”, de Fernando Matos Silva, entre outros. Pena que o cinema ocupe uma função tão residual numa cidade sem programação de cinema contemporâneo, isto é, sem filmes em cartaz. No entanto, tem sido a música que tem pontuado mais aquele espaço, pois já foram muitos os músicos e projectos musicais que por ali passaram, tanto nacionais como internacionais. Recorde-se, assim, Marina Holper, Joana Gama e Luís Fernandes, que acturaram nas edições do Tremor, ou ainda os concertos dos açorianos: PS.Lucas, WE SEA, King John, PMDS, Engengroaldenga, Ângela da Ponte, Marianna, Sara Ross, Diana Botelho Vieira, Katerina L’dokova, Sara Cruz, Ana Paula Andrade, etc.
        O Arquipélago - CAC, ao longo destes dez anos, consolidou a sua centralidade e relevância junto da comunidade artística insular, essencialmente nas artes plásticas e na música, podendo ambicionar mais e melhor em áreas como o teatro ou o cinema, bem como potenciar expandir o seu raio de ação junto da comunidade local, apostando na formação de novos públicos e no provimento efetivo do seu serviço educativo. Por agora, ficam aqui os mais que merecidos parabéns!

Dia Mundial do Teatro no Teatro Micaelense

        Foram três representações de teatro escolar no Teatro Micaelense para  celebrar o Dia Mundial de Teatro. Durante duas horas circularam pelo palco os alunos das escolas secundárias Antero de Quental, Domingos Rebelo e da Escola Secundária de Lagoa. 
         A sessão começou com vários quadros da emigração micaelense, a inspiração foi a pintura "Os Emigrantes", de Domingos Rebelo, 1925, com os alunos da Antero de Quental a recriar situações de partida e procura de novos horizontes protagonizados por todos aqueles que um dia deixaram o território insular.Seguiram-se os telemóveis, seu uso e abuso, em modo ruidoso e aditivo, a possível reprodução dos seus efeitos e consequências na juventude hodierna, numa proposta dos alunos da Domingos Rebelo. Por último, a fantasia, sonho e poesia de Sophia de Melo Breyner, através do texto "A Menina do Mar", numa interpretação competente e segura pelo grupo "A Faísca", da Escola Secundária de Lagoa! Foi, sem qualquer dúvida, uma bela manhã de teatro a celebrar a arte de Talma.

Obrigado, José Brandão!

José Brandão
Designer 
1944-2025