sexta-feira, 23 de maio de 2025

O Silênco dos Poetas de Naná da Ribeira

Os poetas andam estranhamente silenciosos 
à mingua de versos e vocábulos, calaram-se
ninguém os ouve ecoar no futuro  
nem mesmo em Primaveras amargas, inconsistentes,
segregam prestimosos ecos sensíveis do seu ofício
recusam elevar-se em saltos substantivos ou 
dar piruetas metafóricas 

Absolutos requerentes de cuidados e atenção
os poetas foram subtraídos, 
olvidados,
já não reivindicam estações de poesia 
a febre dos fenos e a fruta da época 
adormecem à sombra de uma lenhosa árvore 
hibernam de promessas e serenas canções
até que a tinta das raizes lhes exploda
pela grafia escorreita 
nos dedos das mãos.