quinta-feira, 25 de outubro de 2012

As cidades e os cineclubes

                                                          fotograma de Amarcord de Federico Fellini

           Os cineclubes estão de regresso às cidades. Durante muitos anos os cineclubes laboraram com a ajuda estimável e prolongada dos institutos de cinema, da cinemateca, de  consulados e embaixadas de muitos países que foram cedendo filmes e informação disponível sobre as películas e os realizadores. Os cineclubes continuam portanto a ser lugares de aprendizagem e descoberta da sétima arte. A forma como nos relacionamos com o mundo das imagens em movimento está a mudar de uma forma vertiginosa mas ninguém ignora a suprema satisfação que é assistir a um filme na sala de cinema. Os cineclubes tentam reformular o seu espaço, a sua actividade e a sua relação com o(s) públicos(s). Não nos enganamos se dissermos que muitos deles foram o "viveiro", a verdadeira escola de uma parte dos festivais de cinema em Portugal bem como tiveram um papel preponderante na criação de actores, realizadores, técnicos e produtores. O cineclube do Porto regressa hoje, após algumas sessões no Espaço Compasso da Cedofeita, ao Passos Manuel com a sessão:"Um documentário Bestial", um filme documental sobre touradas, touros, bestas e muitas outras bestialidades. 

Outonia

                                               
           A cantora Anna Järvinen começou por pertencer aos Granada, grupo extinto em 2003. Neste momento conta já com três álbuns: "Jag fick feeling", (2007), "Man var bland molnen" (2009), e "Anna sjalv tredje"(2011). A cantora de origem filandesa canta em sueco e sorve as suas influências na música dos Carpenters, The Cure, Elthon John ou mesmo na banda sonora de Reviver o Passado em Brideshead. Aquando da edição do primeiro álbum ganhou o prémio de música da cidade de Estocolmo. Fácil portanto a rendição a canções longas e carregadas de extensões e inflexões vocais, expressa  num timbre doce e melancólico que inquieta e seduz até às entranhas. Há canções que vão ficando: Boulevarden, "Kom Hem" e "Vals För Anna", autênticas catarses emocionais, no seu já acentuado sentimento de comoção, doce e demorado. Por último, repare-se no seu lado multi-instrumental, pois Anna Jarvinen toca diversos instrumentos: harmónica, piano, guitarra e, claro, canta. O Outono e a melancolia merecem canções assim.