quarta-feira, 3 de maio de 2017

"Amarcord" o filme da vida de Zeca Medeiros

Amarcord será exibido dia 27 de Maio
no Teatro Micaelense
Este filme de Federico Fellini foi realizado em 1973 e retrata Itália dos anos 30, a vida na cidade de Rimini e de um adolescente daquela altura. Num misto de ficção e realidade, pois trata-se das recordações do realizador, Amarcord é um quadro pitoresco e fantasmagórico  pré-segunda Guerra Mundial e onde se anuncia já a presença de Il Duce
Federico Fellini convocou para este filme a sua galeria de personagens extravagantes, dando assim a conhecer os tempos da sua juventude e a sua visão da Itália daquele período, contando para isso com a música evocativa, plena de imagens, de Nino Rota. O realizador explicaria alguns anos mais tarde, numa conversa com Damian Pettigrew, as razões que o levaram a realizar tal filme: "O Amarcord é uma reflexão sobre a incapacidade de observarmos criticamente o nosso passado fascista, um passado que recusamos, mas do qual nunca nos poderíamos separar: o que faz parte do passado de cada um de nós forma inalteravelmente uma parte íntima de si próprio. Por isso o Amarcord é mais um exame do presente do que uma nostalgia. Na realidade, quando foi estreado o Satyricon, muitos viram o filme como um comentário sobre o Maio de 68. Creio que filmes como Casanova ou O Navio podem ser interpretados como reflexos de uma certa actualidade, como o jornal da noite. (...) Muitas vezes simplifiquei o sentido cabalístico da palavra amarcord, dizendo que é um termo romagnolo e que significa "Lembro-me". Mas não é bem verdade. Penso que a ideia original me ocorreu depois de ter lido qualquer coisa sobre o sueco defensor do aborto Hammercord, e que a sonoridade do seu nome o ponto de partida. Se se juntarem as palavras amare (amar), cuore (coração), ricordare (lembrar) e amaro (amargo) obtém-se Amarcord."

"Car ma vie, car mes joies"*

*versos de "Je ne regrette rien" de Edith Piaf