sábado, 22 de abril de 2017

O Tremor dá música por todos os lados

O Diário Gráfico do Tremor 
(Coordenação de Marcos Farrajota)
      Uma das noites surpresa da quarta edição do Tremor foi o concerto dos "Circuit des Yeux" no Auditório Camões. Meia hora decorrida após o início do concerto e o mistério daquela atmosfera, repleta de dúvidas e silêncios, adensava-se. Aliás, o encanto indagador ia crescendo, o poder daquela voz enigmática, misteriosa, assim o concedia. Voz de homem ou mulher? Eis que os efeitos, a envolvência e a gravidade desaparecem e é a voz da própria Haley Fohr que se impõe, que emudece a sala que naquele instante que se encontrava cheia e remete aquela ambiência e atmosfera final do concerto para algo único, excitante e indecifrável. Valeu claro! Ali estava um momento marcante, poderoso, inesquecível!
        A música em sítios inesperados e pouco usuais é a grande marca deste festival musical que se realiza todos os anos por esta altura na Ilha de São Miguel. Outra coisa são os convidados que amaram à Ilha para criar, desenvolver projectos junto da comunidade local. Um deles foi Marcos Farrajota, um dos editores da Chili com Carne, que teve a oportunidade  de juntar alunos da Escola Secundária Antero de Quental e construir com eles um diário gráfico do próprio festival.
        Assim, durante o interregno pascal alunos de turmas de artes iam desenhando o que viram/imaginaram ao longo da semana, tendo as situações dos concertos/espectáculos como mote e tema para explorar e expandir o seu engenho e criatividade. O resultado, tal como podem observar pelos folhetos distribuídos aquando do fecho do festival, é sempre estimulante e até, por vezes, bastante surpreendente. Muito embora, a festa do Tremor seja apenas no sábado, os concertos surpresa já tinham começado alguns dias antes. Que sábado  (o grande dia do Tremor!) viesse e nos trouxesse o relógio certeiro dos Mão Morta(cada vez mais afinados e directos) ou o semba mágico e alegre do Bonga, já todos sabíamos, mas tudo aquilo que se passa antes, aquelas horas em périplo à procura das músicas e dos concertos, isso sim, é que é quase sempre imprevisto, diversificado e inesperado! Para o ano há certamente mais música e demais abalos gráficos.