sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Na Travessa com Artistas

       O nome deste novo espaço é um jogo à volta do lugar citadino onde está situado e foi criado com a intenção de agregar pessoas à volta de mesas e de copos, deferir uma biqueirada na crise e permitir que pessoas que façam ou gostem muito das artes e da criação tenham aqui um porto de abrigo e de expressão, ao mesmo tempo que possam divulgar a sua actividade e descubram outros companheiros de viagem. É verdade que nem todos somos artistas, nem tenhamos tão pouco pretensões a sê-lo ou que somente queiramos estar e falar do que nos apetece sem pejo nem ameias. A Travessa dos Artistas abriu há muito pouco tempo e serve exactamente para isso. É vero que os tempos de eficácia e produtividade a todo o custo não estão para grandes ociosidades, festas e lirismos, é isso que vamos ouvindo diariamente e, talvez por isso, já tivéssemos interiorizado a ideia de que as artes e a cultura são algo secundário, inútil e algo afastada da economia e da alta finança mundial. A Travessa dos Artistas está cá para contrariar essa ideia e por isso está aberta essencialmente à noite, ainda que esteja por provar por métodos quantitativos e psicométicos que seja nesta parte do dia que irrompam e nasçam as mais variadas obras de arte. Certo é que vamos ter que esperar evidentemente por um “criativómetro nocturno”, ainda que não deixe de ser consensual que foi e é à noite, essa parte do dia com a luz ténue e quase extinta, que se dão a maioria dos encontros e que por isso se tornam propícios os espectáculos, os concertos, as músicas, a poesia, as conversas e diálogos acesos - inclusive as fúrias entre grupos e e cliks artísticas mais as suas desavenças - por vezes com direito à ingestão de muitos líquidos ou o direito seguro à escuta de personalidades que são e foram debitadores de palavras e histórias.