quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Poema de Joaquim Pessoa (1)

Toda a alegria brota
de uma escolha: ouvir discos,
ordenar papéis, fazer amor.
O teatro da dúvida tem a porta
aberta. O actor acredita à sua
maneira - o grande actor tacteia -
como madeira ardendo. Meto
conversa, o roupão cai. A nudez
é uma nova máscara. Deixo passar
indignações, as palavras secam
no altar da boca. Mozart 
sou eu. 

in "Por Outras Palavras", Litexa Editora, 1990.

Versos Estivais de Sharon Van Etten

When every time the sun comes up 
I'm in trouble

"Outra Vida Para Viver" de Theodor Kallifatides

    "Diz-se que a sociedade não pode proibir opiniões, mas apenas atos. Parece lógico, mas não é. As opiniões não são vistas como actos, sendo imaterais, existem no tempo e no espaço um pouco como fantasmas. Nada mais do que ar comprimido. Ao passo que os actos são visíveis. Mudamos uma cadeira de sítio numa sala, e estamos a mudar a própria sala.
    A minha avó, que não era jornalista nem filósofa, costumava dizer: «A língua não tem ossos, mas ossos quebra.» Ela sabia o que sabemos quase todos: que as nossas palavras podem provocar mais danos do que uma faca afiada. Dizer uma coisa é fazer uma coisa." 

Theodor Kallifatides, in "Outra Vida Para Viver", Quetzal Editores, Junho de 2022. 

"Correspondências" no FAIAL

Cartaz do Grémio Literário Faialense