sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Pensar Sobre Muitas Coisas Outras

Pensar sobre muitas coisas outras,
que a ternura e a bruteza casam bem,
esquecer o outro, decidir, 
história de azuis e verdes lancinantes,
sem ver aí um estilo perfeito

Na madrugada à bolina, 
abandonar a poesia encetada,
a memória de tantos livros pela mesa,
versos ditos, decorados, reditos,
acre rastilho do hálito,
quedou um sorriso refeito.

"Vais embora, meu amor?"

    
     Setembro, fim do verão. Não se pode continuar à espera de algo que não chega. Respirar sofregamente com o coração a bater como se doesse e tudo aquilo que se deixa para trás fosse um amor perdido. Olho pela última vez para a Ilha que Raul Brandão apelidou de "Floresta Adormecida" e anunciam-se na paisagem oirescências, pequenos desenhos de luz e tecidos recortados na paisagem, ainda o avistar da janela do avião do verde glauco do mar. Ali permanecerão as finas cordas de água que por aquelas fajãs continuarão a cair sem interrupção. É tempo de dizer adeus, de fechar os olhos e pensar num outro momento para regressar. Até já.