terça-feira, 18 de junho de 2013

Phillipa Cardoso: um pouco de arte por dia…no Auditório do Ramo Grande.

Lilac Isle de Phillipa Cardoso

Phillipa Cardoso é pintora e, por vezes, também ilustradora. Nasceu em Toronto, Canadá, em 1979 e regressou à Ilha Terceira e a Angra do Heroísmo em 1994, quando tinha apenas quinze anos.
Frequentou o curso superior de Artes Plásticas-Pintura, na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa e estagiou na Sala Infanto-Juvenil da Biblioteca de Angra do Heroísmo. Actualmente faz parte da direcção da Oficina de Angra, Casa do Sal, leccionando Desenho e Pintura às diversas faixas etárias.
A exposição “Organics/Orgânicas" que iniciou a 14 de Junho no Auditório do Ramo Grande e que se prolongará até dia 14 do próximo mês está dividida em dois grupos ou campos de visionamento: o primeiro, à esquerda de quem entra no auditório do Ramo Grande, é o "Interdimensional Organics /Orgânicas Interdimensionais" onde podemos ver trabalhos mais simples de linha contínua, apelidados pela artista de 'jardins flutuantes'; a segunda parte, à direita, é composta pelos "Illustrated Organics / Orgânicas Ilustradas" com os seus seres fantasmagóricos, criaturas do mundo imaginário da pintora, onde tudo é permitido e é possível coabitar realidades paralelas desse universo.
 Os trabalhos de Phillipa Cardoso revelam um mundo onírico carregado de fantasia e sonho, com alguma metafísica à mistura, traços delicados que contemplam uma miscelânea de cores, esboços, e contornos típicos de um ser perceptível em busca de quimeras e utopias da cor, um corpo inevitavelmente poroso e permeável ao brotar da luz, das formas e feições. A procura da outras dimensões do existir é uma constante na autora, habitando o nosso olhar nesses mundos possíveis ou visões mais afastadas ou globais da existência, ao mesmo tempo que aquilo que é ilustrado fosse um aprofundamento, um zoom do que se passa nas flutuações anteriores.
A Phillipa acredita no poder da arte, enquanto expressão, manifestação e capacidade de um impulso cósmico, motivador de enlaces e criador de afectos. Ela acredita na união entre as pessoas e na habilidade colectiva de juntar forças e prosseguir viagens no plural. Sabe que arte pode preencher uma ou várias vidas, e por isso não desiste de promover encontros e cruzamentos entre as diversas artes na Casa do Sal.
Em Agosto de 2012 escreveu um texto para o desaparecido suplemento do Jornal União (com pena nossa, leitores!), que findava com uma frase que faz lembrar uma máxima retirada dos manuais: “um pouco de arte por dia, não sabe o bem que lhe fazia” e…há quem diga que é verdade!