quinta-feira, 22 de julho de 2021

Obrigado, Dinis Botelho!

         Hoje foi-se embora um dos mais bonitos seres humanos que conheci em São Miguel: Dinis Botelho. Conheci-o há seis anos, quando aportei novamente por aqui, altura em que o concurso de professores me tinha trocado as voltas. Felizmente, guardei a energia para outras coisas que ainda hoje me orgulho de ter feito com outros tantos cúmplices, inclusive o Dinis. Por isso, publiquei, no Boletim Cultural Fazendo, Março de 2016, o meu primeiro encontro com este mestre das artes gráficas, aproveitando para relatar o seu trabalho tipográfico minucioso e a sua prolixa e fecunda abertura aos meus novos que despontavam interesse numa arte que nos parece muito antiga e que afinal continua  tão bela e actual (a Júlia Garcia que o diga)! Desta feita, sempre que alguém estava de visita a São Miguel, a Tipografia Micaelense era quase sempre a porta de entrada para conhecer o Dinis e o Eduardo no exercício das suas funções. Mais tarde, acompanhei também grupos de alunos que se espantavam com as máquinas, os tipos e a figura daqueles tipógrafos rodeados de letras e de tinta. O Dinis Botelho recebia sempre toda a gente com a modéstia dos mestres, a alegria de quem gosta do que faz e queria transmitir, a quem não sabia, o gosto por aprender. Não sei o que me irá acontecer quando voltar à Tipografia Micaelense sem vê-lo por lá com o cigarro em punho, não sei, mas sei que já tenho muitas saudades de cumprimentar o Dinis tal como gostaria de agradecer-lhe a alegria de muitos dias que fui vivendo por aqui! Obrigado, Dinis!