domingo, 23 de março de 2025

O Limite de Elio Pecora

 Ficar aqui, nas estações que mudam,
é a norma comum: o dom extremo e a saída,
A quem galgou o limiar não é dado voltar:
talvez tão só no sonho diga palavras soltas
demasiado parecidas com estas dos nossos percursos.
E seguimos absortos, às vezes surpresos,
cada espera é um jogo,
cada dúvida o encalhar de uma deriva,
e damos números aos dias,
pés aos desejos,
confins ao vaguear
-desprovidos de mapas, desconhecendo o porto.


in Poemas Escolhidos, tradução de Simonneta Neto, Quasi Edições, 2008

Verso de Filipe Furtado

 E se houvesse amanhã era um sol mais lindo