quinta-feira, 22 de maio de 2025

Cartas da Suécia: o que mudou?

 
    “Os Suecos sentem evidentemente orgulho na maneira de ser única da Suécia, no seu papel de vanguarda no panorama internacional. Tal soa bastante americano, não é verdade?  Mas o deles é um tipo muito diferente de orgulho. Os americanos revestidos também dum sentido de supremacia única como nação e da sua identificação com a virtude, não só consideram a sua própria virtude como exportável, mas possuem ainda um mandato para a sua exportação (e lucram com a mesma: imperialismo). Os suecos vêem-se a eles mesmo exemplares num estilo mais passivo. Não estão nem em posição nem dispostos, por temperamento, a exportar agressivamente aquilo que eles praticam – costumes sexuais pós-puritanos, bom gosto e generosidade para as artes, planeamento económico racional, justiça social sem atritos, cuidado com o ambiente urbano-,mas aguardam com confiança os inevitáveis movimentos da história que levarão outras nações a imitá-los. O que acontece na Suécia, tem-me sido dito por mais de um sueco, acontece cinco, dez, ou quinze anos mais tarde em qualquer outra parte adiantada do mundo.”

Susan Sontag in “Carta da Suécia, Suécia: Mito Ou Realidade?”, cadernos d. quixote, 1969.

          "Suécia? Um dos países europeus mais seguros e acolhedores enfrenta na atualidade uma das maiores crises securitárias da Europa, com o número de crimes com armas de fogo ser apenas ultrapassado pela Albânia. Cada vez mais jovens são recrutados por gangues de traficantes de droga e a situação atingiu tal ponto que o governo decidiu aprovar uma lei que permite à polícia pôr escutas em telemóveis de menores de 15 anos. Uma advogada sueca confirmava: As crianças já não estão a usar as mochilas para levar livros, antes para transportar o mercado de droga sueco nos seus próprios ombros."

Ana Cristina Leonardo , Ípsilon, Jornal Público, 16 de Maio de 2025

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