terça-feira, 1 de março de 2016

Olof Palme: Um Cidadão Comum


       
Olof Palme
imagem daqui: www.relevant.at
        Faz hoje trinta anos que assassinaram Olof Palme, à porta do Grand Cinema, na cidade de Estocolmo, Suécia. O assassinato ocorreu pelas costas quando este se encontrava acompanhado pela sua mulher. Nunca se soube quem foi o autor dos disparos. A Europa que actualmente queremos viva e herdeira dessa social-democracia avançada, sob o signo de Olof Palme e Willy Brandt, parece estar a definhar. Sem dúvida, foram eles os criadores, primeiro  da realidade  e depois do mito, arautos de uma sociedade política e culturalmente exigente, tolerante e verdadeiramente democrática. Infelizmente, os exemplos que temos hoje  à nossa frente deixam muito a desejar. Actualmente, um primeiro ministro que sai à rua sem guarda-costas e que vai ao cinema de metro, parece mesmo uma história de um tempo impossível, bem como a dedicação e serviços à causa pública se tornaram reflexo de algum cinismo e motivo de pândega. Olof Palme simbolizou o exercício e a prática da social-democracia, isto é, um Estado Social responsável pela Saúde e a Educação dos seus cidadãos, a protecção aos mais velhos, o cuidado para com as crianças e a atenção devida aos mais desfavorecidos. Foi também um politico que acreditou no fim do apartheid na África do Sul e que se opôs firmemente em relação ao nuclear, sendo um defensor do Exército de Libertação da Palestina e da autonomia política da Cuba de Fidel Castro. A Suécia simplesmente não se esqueceu de um político que promovia a garantia de trabalho para todos e que legislava para que não fosse fácil despedir um trabalhador. Um homem que se enganou apenas ao pensar que era um cidadão comum.

Lugar de Inspiração e de Poetas

     “A primeira coisa para que me alertaram quando cheguei aqui foi para o estado do tempo, com as quatro estações a acontecerem no mesmo dia. Fiquei espantado, mas já me apercebi que é mesmo assim: o sol, a chuva, o céu azul, ou o céu nublado podem caber num intervalo de apenas seis horas…Contudo achei logo os Açores um óptimo lugar para a inspiração. Pelo que me dizem, esta é uma terra de poetas e sempre me interessei pelos lugares que levam as pessoas a escrever e sobre os ambientes que as inspiram.”

Entrevista ao músico norte-americano, Thurston Moore, fundador dos Sonic Youth, por Rui Jorge Cabral in “O Açoriano Oriental”, 1 de Março de 2016.