quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Poema de Joaquim Pessoa (1)

Toda a alegria brota
de uma escolha: ouvir discos,
ordenar papéis, fazer amor.
O teatro da dúvida tem a porta
aberta. O actor acredita à sua
maneira - o grande actor tacteia -
como madeira ardendo. Meto
conversa, o roupão cai. A nudez
é uma nova máscara. Deixo passar
indignações, as palavras secam
no altar da boca. Mozart 
sou eu. 

in "Por Outras Palavras", Litexa Editora, 1990.

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