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Trio André Rosinha 18h00, na Blackbox do CAC (Fotografia de Maria Bicker) |
sábado, 29 de março de 2025
Dia de Aniversário do ARQUIPÉLAGO - Centro de Artes Contemporâneas
quinta-feira, 27 de março de 2025
CAC - ARQUIPÉLAGO: 10 Anos!

Dia Mundial do Teatro no Teatro Micaelense
quarta-feira, 26 de março de 2025
Os Pássaros Nascem na Ponta das Árvores
As árvores que eu vejo em vez de fruto dão pássaros
Os pássaros são o fruto mais vivo das árvores
Os pássaros começam onde as árvores acabam
Ao chegar aos pássaros as árvores engrossam movimentam-se
Deixam o reino vegetal para passar a pertencer ao reino animal
Como pássaros poisam as folhas na terra
Quando o Outono desce veladamente sobre os campos
Gostaria de dizer que os pássaros emanam das árvores
Mas deixo essa forma de dizer ao romancista
É complicada e não se dá bem na poesia
Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros
Quem é que lá os pendura nos ramos?
De quem é a mão a inúmera mão?
Eu passo e muda-se-me o coração
Ruy Belo, in O Homem de Palavra(s), 1969
terça-feira, 25 de março de 2025
segunda-feira, 24 de março de 2025
10 Anos de ARQUIPÉLAGO
domingo, 23 de março de 2025
O Limite de Elio Pecora
é a norma comum: o dom extremo e a saída,
A quem galgou o limiar não é dado voltar:
talvez tão só no sonho diga palavras soltas
demasiado parecidas com estas dos nossos percursos.
E seguimos absortos, às vezes surpresos,
cada espera é um jogo,
cada dúvida o encalhar de uma deriva,
e damos números aos dias,
pés aos desejos,
confins ao vaguear
-desprovidos de mapas, desconhecendo o porto.
sábado, 22 de março de 2025
...
atravessei a Primavera
com os olhos fechados
Jorge Sousa Braga, in O Poeta Nu (Poesia Reunida) Assírio&Alvim,2007
No Meu País de Sebastião Alba
dardejado de sol e da caca dos gaios
só há estâncias
(de veraneio) na poesia
Nossos lábios
a um metro e setenta e tal
do chão amarelecido
dos símbolos
abrem para fora
por dois gomos de frio
Nossos lábios outonais, digo,
outonais doze meses
No entanto
à flor do possível
geografia
um frémito cinde
as estações do ano
A Constante Cosmológica do Amor
o olho múltiplo da mosca pousado nas tripas
do soldado escentrado por uma mina
a estrada que saindo de Azambuja passa em Vale do Paraíso
a fome do leão no pescoço da gazela
um berçário de estrelas na nebulosa de Andrómeda
as juras dos namorados numa ponte de Paris
o poema quase perfeito que escrevi num dia de sol
-tudo o que existe pelo amor de existir
e une fenómenos com cauda de cometa
é da ordem dos segredos e pertence à classe do silêncio
Artistas na Fábrica
Tereza Arriaga, 2005
in "Artistas na Fábrica", exposição patente no M(i)mo – Museu da Imagem em Movimento, em Leiria, aberta ao público até ao final de Junho deste ano.
*Elas estão presentes aqui e agora
"Trabalho": Dá prioridade a uma iconografia feminina marcada pela expressão do esforço ou pelo desgaste que tal esforço produz: este núcleo não esconde a relação da mulher com a maternidade, incluindo ainda o raro registo das vítimas do trabalho infantil que Tereza Arriaga (1915-2013) desenvolveu na Marinha Grande em 1945, com retratos dos meninos operários da indústria vidreira."
in"Onde Estão Elas? - Mulheres Artistas no Museu do Neorealismo", *artigo de José Luís Porfírio, Revista Expresso, dia 21 de Março de 2024.
sexta-feira, 21 de março de 2025
Urgências de Naná da Ribeira
Uma tarde em Salónica foi a descoberta
das árvores em que
procurávamos sombra
a miragem do que seria o
presente
apartados na lonjura do
ordinário quotidiano
arrumados na pequena dor de cada um
Não quisemos nunca mais
lembrar
aquele crepúsculo junto
do porto
deitámos fora o princípio
diletante
o fogo das areias, o
título dos barcos,
enquanto fomos
anotando
no velho caderno viajado
urgências a que fomos
regressando.
domingo, 16 de março de 2025
sábado, 15 de março de 2025
Um de Paulo Ramalho
de viver
até morrer
porque
nunca mais existirá
um outro eu
com tanto
que fazer.
in Órbitas Elípticas em Torno do Silêncio, Letras Lavadas, 2024.
É daqui a pouco...em Lisboa!
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Auto Ajuda de Alberto Ai Lançamento no espaço O Limbo Lisboa (16h30) |
quinta-feira, 13 de março de 2025
Do Extractivismo
Parcialmente Ensolarado de Naná da Ribeira
o lado obscuro, nebuloso, sombrio
onde habitam as pedras e os corais mais densos
mergulhar naquele beco profundo
nas arestas de tamanha gruta
onde se escondem polvos perto de fissuras,
sulcos e escavações
emergir, vir à tona,
sorver o longo fel,
romper o inevitável cerco
saltar, destemido, leve,
ainda que com pouca luz,
o casco de embarcações naufragadas.
Música Pré-Primaveril
-Save a Prayer - Rio,
1982 - Duran Duran
-Close To Me - The
Head on the Door, 1985 -The Cure
-Songs to the Siren - It'll End In Tears,1984 - Dead
Can Dance
-Lorelei -Treasure,
1984 - Cocteau Twins
-The Passenger - Through
The Looking Glass, 1985 - Siouxsie
And The Banshees
-The Piano Has Been Drinking (Not Me) - Antology
of Tom Waits, 1984 - Tom Waits
- Cravos - Como se Matam Primaveras, 2025 - Filipe Furtado
-Heaven Knows I am Miserable Now - Hatful of Hollow, 1984 - The Smiths
- Corpo Fátuo - O
Melhor do Clube Miragens, 2025 - WE
SEA
-Livros - Livro,
1997 - Caetano Veloso
-Calços da
Maia - Romê das Furnas, 2025 - Romeu Bairos
-Hydroplaning Off the Edge of the World - Dan's Boogie, 2025 - Destroyer
-É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo - Carlos, Erasmo - 1971 Erasmo Carlos
-Guericke's
Unicorn - A Study of Losses, 2025 - Beirut
Ciclo de Cinema no Cineteatro Lagoense!
Com
a chancela da Câmara Municipal de Lagoa deu inicio um ciclo de cinema de
filmes nomeados para os Óscares de 2025, sendo que alguns obtiveram mesmo o respetivo
Óscar de Hollywood. As sessões dão-se no Cineteatro Lagoense Francisco
d’Amaral Almeida, com entrada gratuita, sala que é propriedade da autarquia, antigo desiderato dum homem culto, Francisco D´Amaral Almeida e, que na abertura do
século XX, foi republicano e um verdadeiro apaixonado pelas artes, e que desde sempre
partilhou com os seus conterrâneos a experiência das artes cénicas e visuais.

Cineteatro Lagoense
(Fotografia: Carlos Olyveira)
No
passado domingo foi exibido “Flow – À Deriva”, Óscar de Melhor Filme de
Animação, realizado por Gints Zibalodis, uma co-produção da Letónia, Bélgica e
França, que retrata a sobrevivência animal num mundo sob a forma de distopia sem a presença
humana, evocando o seu desaparecimento. É uma animação muito pouco infantil e bastante madura, muito pela reflexão e também pela beleza das imagens. Entretanto, o ciclo de cinema continua já a 15 de
março, pelas 21h00, com “Ainda Estou Aqui”, premiado com o Óscar de Melhor
Filme Internacional, momento para ver ou rever a belíssima interpretação de Fernanda
Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro, bem como relembrar o papel da ativista e cidadã Eunice
Paiva, na luta pela transparência e liberdade democrática no Brasil. Nos
dois fins de semana seguintes há ainda “A
Complete Unknown”, filme realizado por James Mangold, interpretado por
Timothée Chalamet, em que este encarna a figura do músico norte-americano,
Bob Dylan e, por último, “Conclave”, um filme que conta com os actores Ralph Fiennes e Isabella Rossellini e que
revela os contornos, melhor, os meandros e os escândalos, associados dos
candidatos a um novo papado.

(Fotografia: Carlos Olyveira)
NAPA: Deslocado
“A letra da canção explora a sensação de
estar longe de casa, nesse caso, da Madeira, tendo em conta que a banda se
mudou para o continente, mais propriamente para Lisboa. Como é revelado num
post no instagram da banda, a letra foi inspirada em parte num espectáculo de
comédia do açoriano Miguel Neves, visto há quase dez anos, em que se falava da
sensação de vir de uma ilha para o continente, um sítio onde não se tem “o mar
como horizonte quase em qualquer lado”. “Tinha chegado há pouco tempo a Lisboa,
se calhar aquilo abriu-me a porta”, menciona. Há ainda outros dois momentos
inspiradores: outro na mesma rede social feito por por João Borsch, sobre a
“identidade insular”, e uma entrevista à entrevista à artista plástica Lourdes
Castro, que só sentiu que era bom ter crescido na Madeira quando saiu de lá."
in as “Saudades de Casa dos NAPA vão levá-los à Eurovisão”, Rodrigo Nogueira, Público, 10 de Março de 2025.