A flor que pela Primavera se abre para logo fenecer
o olho múltiplo da mosca pousado nas tripas
do soldado escentrado por uma mina
a estrada que saindo de Azambuja passa em Vale do Paraíso
a fome do leão no pescoço da gazela
um berçário de estrelas na nebulosa de Andrómeda
as juras dos namorados numa ponte de Paris
o poema quase perfeito que escrevi num dia de sol
-tudo o que existe pelo amor de existir
e une fenómenos com cauda de cometa
é da ordem dos segredos e pertence à classe do silêncio
o olho múltiplo da mosca pousado nas tripas
do soldado escentrado por uma mina
a estrada que saindo de Azambuja passa em Vale do Paraíso
a fome do leão no pescoço da gazela
um berçário de estrelas na nebulosa de Andrómeda
as juras dos namorados numa ponte de Paris
o poema quase perfeito que escrevi num dia de sol
-tudo o que existe pelo amor de existir
e une fenómenos com cauda de cometa
é da ordem dos segredos e pertence à classe do silêncio
Inútil procurar a fonte dessa evidência numa metáfora
Paulo Ramalho, in Órbitas Elípticas em Torno do Silêncio, Letras Lavadas, 2024.
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