sábado, 31 de maio de 2025
CPC PDL26: Como será?
sexta-feira, 30 de maio de 2025
Uma Visão Alegre destes Dias
Anteontem houve deslocação até ao Casino Açores para ver a exposição “Cor e Fantasia: Um Guião para a Utopia’, do pintor micaelense, Carlos Carreiro. Com o barulho das slot machines ininterruptamente presente, primeiramente o foco foi para os títulos e, só depois, para os delírios figurativos e cromáticos da sua pintura. De seguida, o natural mergulho naquele humor que é parte daquela inesperada fantasia e que compõe a narrativa surrealista dos seus quadros. Uma verdadeira folia policromática reveladora de um universo singular. Para quem escreve, Carlos Carreiro será sempre o pintor do políptico presente na Sala de Sessões Plenárias da Assembleia Regional dos Açores bem como o autor da capa do álbum “Valsa dos Detetives”, do agrupamento pop GNR, editado em 1989, com a belíssima faixa “Morte ao Sol”. Por agora, as pinturas e quadros de Carlos Carreiro merecem uma renovada e merecida atenção. Algum tempo depois, o destino foi a Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada para assistir ao lançamento da obra “Crónicas Alegres”, de Manuel Zebrone. Estas crónicas foram escolhidas e organizadas pelo historiador Carlos Lobão e o escritor Urbano Bettencourt, com a chancela do Núcleo Cultural da Horta. Éramos poucos na assistência para tão valioso objeto em presença e nem por isso os palestrantes deixaram de incitar e estimular tão alegre leitura. É que Manuel Zebrone, senhor de uma verve muito particular, questiona-se na crónica 86 deste seu livro: “A minha pena, sempre que lhe pego para escrever uma crónica, pergunta-me invariavelmente: «Esta semana o que temos?». E nós...o que temos no cardápio? Certamente o dever de o ler!
quarta-feira, 28 de maio de 2025
Da Moderação
segunda-feira, 26 de maio de 2025
Nulos e Brancos
Verso de Rui Machado
domingo, 25 de maio de 2025
Em Nome da Terra de Dorota Kobiela & Hugh Welchman
O desconhecimento completo da origem e
género deste filme despertou ainda mais a curiosidade à medida que se
viu a ação da película ser transformada em animação, por sinal, toda ela pintada à mão. Os
autores do filme, Dorota Kobiela & Hugh Welchman, já tinham realizado “A Paixão de Van Gogh”,
2017, utilizando a mesma técnica de animação e pintura a óleo.
A narrativa de “Em Nome da Terra”,
2023, acompanha a saga e a tragédia da jovem aldeã, Jagna (Kamila Urzedowska),
sendo esta portadora de uma graciosidade singular, para além da sua vontade de
autonomia e exaltação da liberdade em período de amarras e tradições. Esta
animação pretende, por isso, ser um retrato de uma monótona aldeia polaca do
século XIX, as suas hierarquias, os defeitos e virtudes de uma sociedade campestre no centro da Europa.
sábado, 24 de maio de 2025
Música Para o Findar de Maio
-Who Knows Where The Time Goes - Sandy Denny, 1967 - Sandy Denny
-Love, Try Not To Let Go - Pre Pleasure, 2025 - Julia Jacklin
- Happiness - Live at Revolution Hall, 2024 - Adriane Lenker
-Este País Não é para
Mães - Ferry Gold, 2025 - A Garota Não
-Se Por Acaso - 1970,
2007- J.P.Simões&Luanda Cozeti
-Lilac Wine -Wild is the Wind, 1966 - Nina Simone
-Te Recuerdo Amanda - mid-eighties, 1983 - Robert Wyatt
-Hoje Já Não é Tarde -
Salvador&Sílvia, 2025 - Salvador Sobral&Sílvia Pérez Cruz
-Mohabbat - Vulture
Prince, 2021 - Arooj Aftab
-Jelena Solun Devojko -
Songs of Thessaloniki, 2015 - Savina Yannatou
-Ge mig hopp, ge mig tro, ge mig nåt - Sex, 2024 - Anna Järvinen
-Pra Não Falar Mal - Novo
Mundo, 2025 - Arnaldo Antunes e Ana Frango Eléctrico
-Malaika -Myriam Makeba Live in Paris, 1977 - Miriam Makeba
A Saudade de Rolando de Viveiros
e de dor, de vago ansiar e nostalgia...
misto de indefinível poesia,
de esperanças, de sonhos, de incerteza...
É uma sensação, bem portuguesa,
de que se morre, um pouco, dia a dia...
Lembrança triste de uma simpatia,
que, para sempre, n´alma ficou presa...
É um sentimento vago e nebuloso,
em que há um não sei quê de misterioso,
cheio de encanto e de suavidade...
...Só quem, em vão, aspira a um bem ausente,
ou que, um dia, amou sinceramente,
pode saber, ao certo, o que é - saudade!
in Versos, 1979.
sexta-feira, 23 de maio de 2025
O Silênco dos Poetas de Naná da Ribeira
à mingua de versos e vocábulos, calaram-se
ninguém os ouve ecoar no futuro
nem mesmo em Primaveras amargas, inconsistentes,
segregam prestimosos ecos sensíveis do seu ofício
quinta-feira, 22 de maio de 2025
Cartas da Suécia: o que mudou?
Susan
Sontag in “Carta da Suécia, Suécia: Mito Ou Realidade?”,
cadernos d. quixote, 1969.
"Suécia? Um dos
países europeus mais seguros e acolhedores enfrenta na atualidade uma das
maiores crises securitárias da Europa, com o número de crimes com armas de fogo
ser apenas ultrapassado pela Albânia. Cada vez mais jovens são recrutados por gangues
de traficantes de droga e a situação atingiu tal ponto que o governo decidiu
aprovar uma lei que permite à polícia pôr escutas em telemóveis de menores de
15 anos. Uma advogada sueca confirmava: As crianças já não estão a usar as
mochilas para levar livros, antes para transportar o mercado de droga sueco nos
seus próprios ombros."
Ana
Cristina Leonardo , Ípsilon, Jornal Público, 16 de
Maio de 2025
terça-feira, 20 de maio de 2025
O Interior
sábado, 17 de maio de 2025
NAPA: Deslocados Venceremos!
É uma canção bonita, inusitada para este tipo de certame, à semelhança de Amar pelos Dois de Salvador Sobral, cantada em português, com um significado etéreo e intenso, aquela que nos irá representar no Festival da Eurovisão, logo à noite. Quem é que neste país de gente errante nunca se sentiu "deslocado" que ponha o dedo no ar? Quem é que não se revê nesta nostaclgia dolente de uma voz anasalada a pedir um coro geral? Por isso, serão muitos os estudantes, professores, portugueses emigrantes ou viajantes que irão entoar estes versos: "Por mais que possa parecer/ Eu nunca vou pertencer àquela cidade/ O mar de gente, o Sol diferente/ O monte de betão não me provoca nada/Não me convoca casa". Só por isso, já ganharam!
sexta-feira, 16 de maio de 2025
Em Escuta...
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Ferry Gold, 2025 A Garota Não |
O disco “Ferry Gold”, o terceiro de originais da “Garota Não”, chegou via caixa do correio. São 19 temas carregados de colagens, citações, apropriações, interlúdios e demais montagens. O CD, mais o livro, foram “costurados à mão, papel reciclado, muita paciência e amor”, com a assinatura do Artwork e costura da Ana Polido, contém ainda no seu interior as pinturas a óleo por Joana Batista. Para já, o tema “Alaska”, poema de João Quadros, encontra-se em modo repeat: “tudo começa numa estrada que termina no Alaska”. Em escuta atenta!
quarta-feira, 14 de maio de 2025
Sob os que informam...
Roland Barthes, num belo texto, lembra precisamente que o termo "escrita" estava historicamente ligada à escrita oficial, ou seja, às informações que vinham do centro do poder que, no limite, definia as leis. Leis, podemos dizer, vistas assim como informações -base, informações fixas, a que se tinha, e tem, de obedecer. E Barthes lembra que, para os outros, para os indivíduos, sobrava o "rascunho" - termo que definia a escrita individual dos cidadãos, a escrita que se podia rasurar, eliminar, alterar, etc., ao contrário da escrita oficial, que era intocável, era escrita na pedra -, por vezes literalmente, sempre simbolicamente."
terça-feira, 13 de maio de 2025
Haiku de Yosa Buson
qualquer pequeno riacho
fica a meter medo.
Esperança
António Scurati, in Ipíslon, 17 de Novembro de 2023
segunda-feira, 12 de maio de 2025
A Meio de Maio a Dialética!
Raul Brandão
escreveu, no início do século passado, o seguinte: “Era decerto condão das flores - mas também de Maio que chegou, com a
sua magia e o seu sonho. Rebentaram novas fontes, e a terra di-la-eis agitada e
viva. Sob o chão que calcamos correm rios de tintas que transbordam e cobrem as
árvores de roxo, de púrpura, de verde.” Os dias irão continuar, assim,
dilatados e lentos, permitindo ao nosso olhar a contemplação do horizonte
marítimo até altas horas, investindo nessa crença de redescoberta do cheiro das
flores e dos sabores da terra. É altura de despertarmos todos os sentidos bem
como em nosso redor começam novos ciclos que desejamos partilhar e contemplar.
Sexta-feira,
fim da tarde, assisto ao filme italiano “As Oito
Montanhas”, um drama realizado por Felix
van Groeningen e Charlotte
Vandermeersch. Esta narrativa fílmica serve-nos Pietro (Lupo Barbiero), e
Bruno (Cristiano Sassella), em dialética cidade-campo, esclarecendo as
vicissitudes de dois amigos e as cumplicidades que estabelecem para a vida: a
liberdade, os amores, as perdas, as viagens, sem nunca renegar as suas origens.
Uma língua italiana que não nos cansamos de ouvir pela beleza da sua sonoridade
e sentidos e uma amizade que resiste a todas as contrariedades.
Domingo de nuvens cinzentas, cargas
de água sucessivas, pedidos e benefícios vários para permanecer dentro de casa.
No final da tarde, há alguma calmaria, pausa e tréguas na liquidez primaveril. Não
muito longe daqui onde agora escrevo, assistiu-se à peça teatral “O
Mestre”, no Arquipélago
– Centro de Artes Contemporâneas. Um texto que integra e valoriza a relação
mestre-aprendiz, sobretudo no processo de autonomia de quem aprende, abrindo
espaço para a experimentação e disciplina necessárias à criação artística. Ao conceber “O Mestre”, a actriz Maria João Falcão dá, assim, relevo à transmissão de conhecimento, aqui com a presença física de Michel, o mestre, e no livre-arbítrio da aluna, refletida no corpo e
movimento da actriz. O cenário da blackbox, em forma de rectângulo, resultou primorosamente, sobretudo, para que os espectadores
presenciassem esse legado, à passagem de sabedoria de um para o outro, em modo dialético, à semelhança dos gregos antigos e dos filósofos primevos. E…Maio avança, ora chove ora faz sol!
domingo, 11 de maio de 2025
Hoje, no CAC, às 18h00
“Estou muito feliz por apresentar “O Mestre” no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas. Sigo a sua programação há muito tempo. Acredito imenso no que o Arquipélago representa: um Centro de Artes que valoriza os processos, abre espaço para a experimentação e criação artísticas. O que é nos dias de hoje, infelizmente, uma raridade. Pela minha experiência, a equipa é fantástica e de uma grande dedicação. Por outro lado, tenho finalmente, a oportunidade de visitar este centro e a sorte de poder ver ainda as exposições “Espaços Transitórios”, que celebra uma década de existência do Arquipélago, e “Cavalo Pendurado no Teto do Avesso”, de Rodrigo Costa, que ainda está patente.”
Maria José Falcão, in Açoriano Oriental, dia 9 de Maio de 2025
quarta-feira, 7 de maio de 2025
Dentro e Fora de Jorge Kol em Angra
terça-feira, 6 de maio de 2025
domingo, 4 de maio de 2025
Songs for Drella
sábado, 3 de maio de 2025
O Livro Grande de Tebas Navio Mariana de Mário de Carvalho
sexta-feira, 2 de maio de 2025
Os Beijos de Manuel Vilas
quinta-feira, 1 de maio de 2025
Música de Maio Aberto
-Hey Vini - sem palavras / cem palavras, 2020 - Homem em Catarse
-Milagre na Ótica do Utilizador - Leveza, 2023 - André
Henriques
-The Shipbuilding
- Punch the Clock, 1983 - Elvis Costelo and The Attractions
-Villa Sacchetti -
A Study of Losses, 2025 - Beirut
-The Ignoramus
Love - Dan's Boogie, 2025 - Destroyer
-Ressentidos e Ressabiados - Viva La Muerte, 2025 -
Mão Morta
-The Price I Pay - Workers Playtime, 2006 - Billy Bragg
-O Peso do Meu Coração - O Peso do Meu Coração, 2025 -
Castello Branco e Garota Não
-Fartos de Sol - Desta Vez para Sempre, 1989 - Entes Queridos
-Amerikanska skatter - Sex, 2024 - Anna Järvinen
-Year of the Snake - Pink Elephant, 2025 - Arcade Fire
-Triskel -Triskel, 2022 - André Rosinha Trio