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"À Superfície" de Rui Xavier |
sábado, 31 de outubro de 2015
"Superfície" de Rui Xavier
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
"4´33"
Aguentas em silêncio?
ou gesto eloquente ainda
vibra a melodia irregular
Escuta
Uma Ida ao Louvre…Michaelense!
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
Black Gold
Forte combustível é o Fogo
Do natural calor, invariável pressão
terça-feira, 27 de outubro de 2015
I Never Saw a Philco Fridge
solidifica ainda mais
um coração despedaçado não sobrevive
uma casa em ruínas e o desapego
antes da alba nascer
Âmbula chega às Livrarias
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
Um ARQUIPÉLAGO na Ribeira Grande

sábado, 24 de outubro de 2015
Da Curiosidade
Postal de Inverno para Miriam Manaia
Da Injustiça
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
A Biblioteca Pública e Arquivo de PDL


quinta-feira, 22 de outubro de 2015
Ainda estranhamente te espero
Sobre “Espelhos Naturais” de António Garcia Guerreiro
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Exposição na Biblioteca e Arquivo de Ponta Delgada |
Oh as casas as casas as casas
sábado, 17 de outubro de 2015
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Larva
Tenros e Frágeis
Ontem escrito numa parede da cidade
As Ruas de Ponta Delgada
"As ruas de Ponta Delgada são estreitas e as casas amplas. A iluminação é feita com candeeiros de azeite, fixos em toscas pedras-favadas, vendo-se aqui e acolá, em frente das melhores casas, um apertado passeio. Noutros respeitos, assemelham-se estas ruas às estreitas ruas de Paris, com um escasso pavimento de pedra ao meio, que funciona como valeta, por onde, com tempo seco, passa um burro acompanhado do condutor, que vai correndo e vociferando atrás. O rés-do-chão das casas é utilizado para lojas, armazéns ou estrebarias. As lojas recebem a luz pelas portas e não teem montra. Não há aqui, portanto, aquela alegre variedade de frontarias e estabelecimentos, como em Inglaterra. Pelas portas abertas se vêem e prateleiras com as mercadorias. Os sinais indicativos dos diversos ramos de negócio estão indicados estão pendurados às portas. Numa, por exemplo vê-se uma dúzia de tiras de algodão estampado, presas a um pequeno pau e flutuando como as fitas do chapéu de um sargento-instrutor. Quer isto dizer que ali dentro está um negócio de fazendas, com os seus panos de algodão, cadarços e meadas. Mais adiante, um pequeno molho de achas, uma cesta de cebolas, algumas cabeças de alho e duas ou três velas penduradas noutro pau, indicam uma mercearia.Um sapateiro tem à porta um feixe de tiras de couro e uma chapeleiro um chapéu pintado na parede. Um talho ostenta ao vento pedaços de tripa seca ou o grosseiro desenho de um boi ao qual serram um chifre, sendo a serra do mesmo tamanho do serrador. Tal como em alguns becos de Londres, por sobre a porta de um leiteiro, vê-se pintada uma vaca vermelha, arqueada. Um ramo verde de faia indica a loja de vinhos e se houver também um galho de buxo fica-se sabendo que ali se vende aguardente. Assim era na Inglaterra, onde se dizia que "o bom vinho não precisa de ramo". Noutras lojas, vê-se uma pequena tabuleta suspensa de curto pau, com palavras portuguesas significando "bom vinho e aguardente", grosseiramente pintadas. Ao contrário do que acontece entre nós, o nome do lojista não se vê sobre a porta.
in Um Inverno nos Açores e Um Verão no Vale das Furnas, de Joseph e Henry Bullar, escrito em 1838-39, numa edição do Instituto Cultural de Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, Açores, 1986.
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Ponta Delgada: cheira a mudança o ar do tempo!
Eis-nos em Ponta Delgada, a
cidade de Antero de Quental, António Machado Pires, Tomás Borba Vieira, Zeca
Medeiros, entre tantos outros, com o mês de Outubro ainda cheio de gente pelas
ruas, com as lojas do centro a ganhar o colorido da estação outonal, com dias
cada vez mais curtos e sombrios e a temperatura a solicitar outros tecidos,
aquecimentos e agasalhos. O café Caziff, situado na Rua Dr. Guilherme Poças 12,
detém uma pintura de uma deusa na parede, ao que parece pintada em estilo Art Déco por artista conceituado de origem nova-iorquina. É por aqui que se
enceta o périplo citadino. Arrancamos, assim, sem temor à descoberta da luz e das
sombras, à procura de medir o pulso à nova cidade que emerge desde a chegada das companhias aéreas associadas às Low Cost.
A agenda cultural Yuzin está espalhada
pelas mesas deste espaço acolhedor, às vezes café, por vezes bar, propenso a conversas e tertúlias, marcando
desta feita o pontapé de saída e incursão pela cidade em mudança. A loja Louvre
Michalense é visitada com curiosidade, perante um passado que é agora motivo de
delicados e saborosos encantamentos.
Este novo recanto centenário, que já foi chapelaria e loja de tecidos, foi lugar
de exposição do pintor Domingos Rebelo no século passado. Agora é também local
de encontro para pequenos-almoços, lanches e compra de presentes e iguarias de natureza
insular. Entretanto, houve um lançamento na Tipografia Micaelense –“Livro Árvore”,
design de Nuno Malato e Júlia Garcia, pequeno objecto tipográfico no seguimento
de muitos outros que um grupo de designers locais se têm dedicado a fabricar
com materiais de encher olho e com as subtilezas da tipografia antiga. As noites de poesia animam e, de que maneira,
a Tasca da Rua de Lisboa nas noites de quinta-feira, pois por lá marcam
presença Luís Andrade, editor dos “Capítulos A, B e C”- uma colectânea de
poetas a residir nos Açores, ainda o jovem poeta Leonardo, autor do mais
recente Âmbula, título que irá chegar em breve às livrarias nacionais pela Companhia
das Ilhas, e com apresentação pública no final de Outubro, para além de outros
conhecidos divulgadores ou activistas da cultura como João Malaquias ou João da
Ponte. O dono de tão peculiar estabelecimento, Paulo Amado, é visto igualmente
a ler poemas e a participar das sessões, por entre copos de tinto e presunto,
não se esquecendo de arremessar uma ou outra farpa a poeta mais ardiloso. Incansável
tem sido o trabalho da Galeria Arco 8, já com trinta anos no activo e com dez
naquele actual barracão tão pertinho do mar. Há bem pouco foi tempo da dupla de
músicos Medeiros/Lucas apresentar-se na Galeria Arco 8, momento para dar a
conhecer as novas canções destes dois príncipes da Atlântida, desta vez com a
companhia de Tó Trips, estando as paredes revestidas de fotografias da
exposição “Código Postal: A2053N”, código de matrícula do arrastão “Joana
Princesa”, do fotógrafo mariense Pepe Brix. Há poucas semanas estiveram por lá
os músicos Zeca Medeiros e Rafael Carvalho, dois expoentes maiores do melhor
que faz por terras açorianas, no que diz respeito à dicotomia musical entre a
tradição-modernidade. Pedro Bento, responsável pelo Arco8, revela que tudo isto
é feito com pouco ou quase nenhum apoio das entidades regionais. Neste momento,
a fotografia é a rainha da sala de exposições com a reunião de diferentes
autores em mostra designada de “OTIUM”. O Teatro Micaelense conta igualmente
com uma programação profissional e regular, apostando essencialmente em nomes
já afirmados no panorama musical, tendo sido ultimamente possível assistir aos
concertos de Carlos do Carmo, do Sexteto de Jazz de Lisboa ou da açoriana “Bia”.
Nesta incursão pela cidade, com francos sinais de renovação e vitalidade, houve
tempo ainda para assistir na Ermida da Mãe de Deus à peça “A Passagem das Horas”, num
texto de Álvaro de Campos, pela encenação e interpretação do actor Nelson
Cabral. A peça seguiu entretanto para as Ilhas do Faial e Flores.
O Doce Canto das Caldeiras
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A cantora Bia |
Quatro Poemas de Karmelo C. Iribarren
60 Cêntimos e Pouco Sono
Os Dias Normais
e vão-se
sem deixar rasto
e tu ficas a vê-los
a afastarem-se sobre os telhados
-e com eles, os anos-
e apenas sentes nada
ou sentes algo, vago,
que não sabes decifrar
são os dias
normais, os de sempre,
os que parecem que passam
à distância,
os assassinos
do amor.
Karmelo C. Iribarren
domingo, 11 de outubro de 2015
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
Capítulo B
terça-feira, 6 de outubro de 2015
Capítulos B – Poesia nos Açores
Furnas
Cantar com a Patti Smith…
sábado, 3 de outubro de 2015
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
As Charlas...Versão Itinerante.
Tiago Vouga em "As Charlas Quotidianas
do Doutor Mara" (Agosto de 2015) |
Da Brumal Estação das Aves
agora habitada.
Desfeitos elos envoltos
iluminado ócio da humanidade.