Como quem
percorre uma costa
maravilhado com a abundância do mar,
recompensado pela luz e pelo pródigo espaço,
eu fui o espectador da tua beleza
durante um longo dia.
Despedimo-nos ao anoitecer
e em gradual solidão
ao voltar pela rua cujos rostos ainda te
conhecem,
a minha felicidade ensombrou-se, pensando
que de tão nobre acervo de memórias
iriam perdurar escassamente uma ou duas
para decoro da alma
na imortalidade do seu rumo.
Jorge Luís Borges, (Trad.
Fernando Pinto do Amaral), OBRA
POÉTICA, Vol. 1, Quetzal, 2012
Sem comentários:
Enviar um comentário