o futuro todo pela frente
e lograsse escapar perplexo
pela copiosa chuva da manhã
talvez fosse provável abraçar
dez minutos mais tarde
a Primavera por cumprir
com robustas árvores e troncos em flor
Sem qualquer escusa
com uma folha de hortelã ao ombro
directo à tigela da sopa
sabendo por entre dentes
o quanto solitariamente escrevo
esse teu olhar
de intencionalidade pura.
(...)
Aproximar os
ramos das árvores e escrever
sem querer
saber de cheiros e de seiva
passear-se
sobre ruas inexactas
lugares inócuos
de ciência e clareira
o têmpero de
líquidos no Inverno
expostas
máscaras sem mistério
ao mágico
espelho do tempo
enquanto as
fábricas laboram sem cessar
e as pobres
mães à espera de intervalo
em contínuo
recreio, quase febril,
-que
infância protelaremos em Fevereiro?
Quanto sangue escorre derretido
sobre vítimas
indefesas da frieza
tal e qual
caudais de gente revolta
somos transatlânticos
sem destino
um manto
de nuvens num abandono fugidio.
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