segunda-feira, 18 de julho de 2016

Um Muro em Ruínas

Com os lábios que seguiam no
corpo o desenho das veias
com as veias 
que cruzavam na carne nervos 
e músculos. Com a mão que
entre os lábios os dentes
mordiam 
aguardavas outra hora do
dia outro dia do mês outra
vida. Não ouves nem vês 
os veios da ilha 
a sombra da tua imagem. E
a ordem que te envia 
uma parede um muro em ruínas 
é o que de melhor encontras
para as tuas palavras -
a vez desse verso ninguém a 
conhece.

João Miguel Fernandes Jorge, in Antologia Açoriana, edição da Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada, 2011.

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