segunda-feira, 24 de junho de 2024

Ilha de Elio Pecora

Em Prócida que silêncios ainda envolvem
as ruas que apertam em redor
das hortas e das casas.
Esta noite o vento limpou o céu e as ilhas
pelo mar estendido deslizam velas.
 
De motociclo um rapaz ébrio, ensurdecido,
de Chiaioella a Porto, de Faro ao paço deserto,
procura uma saída para os seus desejos confusos.
 
Certamente por entre as oliveiras vigia um deus
atrás dos limoeiros e das palmeiras, para lá dos vinhedos,
 se este é o lugar para onde volta quem parte,
 
se depois do crepúsculo Arturo ainda aparece
pois este é o porto, esta é a meta
depois do andar, depois do vigoroso procurar-se.
 
in Novos Poemas (Inéditos), Poemas Escolhidos, tradução de Simonetta Neto, Quasi edições, 2008.

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