A
notícia irrompia como uma fenda numa estrutura. Estava estirado num cadeirão, à
frente do computador e o nome da rua era jogo da bola. A urgência vinha do
outro lado da linha, a diligência urgente pela aceitação do horário, ao mesmo
tempo implicava a despedida rápida de pessoas e o desfazer de coisas para a prontidão
da viagem. Lembro-me como se fosse hoje: a humidade altíssima, a escassez de
ar, a diminuição de energia, a lassitude dos dias ainda estivais, o confronto
com o mormaço, que transformava tudo em suor, em cansaço. A interrogação
inicial girava em torno do tempo, a adaptação à vida insular, passando da
estalagem para o hotel como se não houvesse mais nenhum lugar disponível. À
memória salta, pois, a visão idílica da baía de Porto Pim, com mergulho e paragens certas no
café Vinte. Eram os primeiros passos,
as impressões essenciais do colosso do Pico, uma respiração desconhecida,
original, fundamental. Não era a primeira vez, mas foi como se fosse.

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