terça-feira, 25 de novembro de 2025

Novembro de Almeida Firmino

Vão em romagem de silêncio
Ao cemitério do seu berço 
(Os crisântemos junto ao peito
Num jeito de contrição)
Depor as pétalas de saudade 
Nas compras do perdão.

No aceno breve do seu olhar 
O diálogo mudo de mágoa
Só memória e asa...
E se vão calados, tristes e sós 
Mais tristes e sós voltam a casa.

Não estão longe os seus mortos, não...
Vivem aqui perto e felizes 
À sombra dos ciprestes 
Bem junto ao coração.

Mas os meuss que ficaram 
(Feitas as malas e a viagem)
Para lá do mar a distância...
Como tocar a sua imagem?


in Narcose, Obra Poética Completa, Colecção Gaivota/27, 1982, Secretaria Regional da Educação e Cultura

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