quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Diários de Angra

Os cafés de Angra do Heroísmo são uma seguríssima porta de entrada nesta cidade património da humanidade. Os cafés formam a personalidade da Angra convivial, tolerante, conversadora, aberta ao discurso do outro e da boémia, evidentemente. O sítio  mais badalado culturalmente é a "Pastelaria Portugália", antigo poiso de jornalistas, músicos, poetas e gente das mais diversas linhas e cruzamentos. Há também uma rua viva e com a preguiça típica das  esplanadas, que é certamente a Rua da Palha, sempre movimentada. Ali é só comprar o jornal e  seguir o caminho e o cheiro que exala dos cafés até às mesas expostas na rua com o mar ao fundo, com muito comércio e lojas de roupa e artesanato para apreciar. Quem resiste à Menina de Canela ("Cinnamon Roles") feitos com receita pessoal, cartão de visita do "Marquês", confeccionados por quem já esteve e regressou das Américas? Angra é certamente terra de doçaria e  com variedade de petiscos para o almoço, lanche ou mesmo jantar, fácil de comprová-lo  no Petiskaky, porto de abrigo de estudantes e demais clientes oriundos da escola secundária, tribunal e direcção regional da cultura, edifícios citadinos que ali gravitam. Na baixa, há também o "Marcelinos" que anima um centro há muito despovoado e com pouca ou quase nenhuma animação nocturna, sobretudo aos dias da semana. Aos fins de semana é difícil não dar conta da animação do Dona Amélia, no Alto das Covas, muito bem servido de jornais e livros e sempre com música a condizer, à escolha do freguês ou cliente com gosto ecléctico e aberto às diferentes andanças musicais. E como faz falta uma sala de espectáculos em pleno de actividades e que possa servir de alimento e oxigénio à respiração nocturna destes cafés que à noite estão mais que desertos ou então inundados e entupidos de imagens televisivas de jogos da bola repetidos ad nauseam...

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