A tocar piano
aprende-se a deixar o paraíso
Pelo
artificio de uma boa marca
e 88
pôr-de-sóis ao alcance dos dedos
faz-se
caminho da pedra que cai,
o caminho do
homem que cai
na geração
imensa do outono.
Rompe-se a
noite, explodem sóis
a cada nota
martelada
mostra a
pessoa original
(aliás duas
pessoas e ambas primeiras)
deglutindo-se
em queda
no inferno
ao longe do jardim de aqui
Tesouros
imaturos,
corpos devorados
que se
adivinham por morrer o som de cada nota,
levam lágrimas
e letras
à escola dos
milagres
onde se
ensinam maravilhas simples
(tão simples
que o pianista quase enlouquece)
...
(de rascunho para uma
carta)
Talvez um
dia as armas voltem a ser beijos
talvez que
as ilhas digam sim ao mar
e sem se
transformarem logo em peixes
digam o
porque sim de dizer não…
talvez…as
ondas voltem a ser mansas
e a maior
vaga azul da tempestade
nos leve em
caravelas para a lua
finalmente subindo
e não de rastos.
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