quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Ancoradouro de Palavras

com José Daniel Macide
Mal se vêem as luzes da baía
Lá em baixo desfocadas pelo álcool
E por rastos de tempestade

Mal se vê a boca o baton da sobrancelha
O pó do giz da palavra riscada
O salto que não calçaste

Mal me vejo aqui sentado diante
deste quadro negro ao lado deste companheiro
diante deste vinho

Servem-se palavras baixas, discretas
isoladas, profundas
pesadas que nem uma âncora

É o bar da noite, amigo
O único que a noite tem, onde quer que fique
Com baía e luzes desfocadas
Lá ao fundo


Rui Duarte Rodrigues

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