terça-feira, 15 de abril de 2025

A Minha Praia de João Habitualmente

Nada ficará
Da pedra sobre pedra 
Com que fomos compondo nossos ninhos

Seremos ruína 
Arqueologia dum tempo sulfúrico 
Betão desgastado ferro torcido

Nada falará 
Só o cosmos em festa 
Libertado da sua verruga

Será assim, a nossa ausência 
Um silêncio para sempre
Nada que perturbe a perfeição  dos ventos

Mas, por agora 
Resta ainda a minha praia favorita 
Com encontros à ilharga 
E um mar nítido como nos postais antigos 


in Poemas em Peças, Colecção Quase Dito, Fevereiro, 2014

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