"Toda a escrita autobiográfica fosse uma solução, escrever memórias, dar conta daquilo que foi a sua experiência. Conheceu os grandes, de Antero a Eça. Mas quem se interessava por eles? O mundo caminhava para onde não sabia, e o que deixava para trás, o país, sumia-se naquela longínqua pequenez que rapidamente se apagava ao percorrer a grande noite espanhola até ao amanhecer, já em França, para trocar de comboio, sem reparar que estava a ser visto por um Mário de Sá-Carneiro que iria contar ao seu amigo Pessoa que o grande poeta afinal era um unhas de fome, a contar tostões."
in Café Lenine, Edições Dom Quixote, 2022.
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