Morre-se devagar neste país
onde é depressa a mágoa e a saudade
ó meu amor de longe quem me diz
como a tua sombra na cidade
onde é depressa a mágoa e a saudade
ó meu amor de longe quem me diz
como a tua sombra na cidade
Morre-se devagar em frente ao Tejo
repetindo o teu nome lentamente
cintura com cintura beijo a beijo
e gritá-lo abraçado a toda a gente.
repetindo o teu nome lentamente
cintura com cintura beijo a beijo
e gritá-lo abraçado a toda a gente.
Morre-se devagar e de morrer
fica a cinza de um corpo no olhar
ó meu amor a noite se vier
é seara de nós ao pé do mar.
fica a cinza de um corpo no olhar
ó meu amor a noite se vier
é seara de nós ao pé do mar.
António Lobo Antunes, Letrinhas de Cantigas, Edições Dom Quixote, 2002.
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