Em que escuro recanto do tempo que morreu
vivem ainda
a arder, aquelas coxas?
que voltam agora a ser o milagre que foram:
desejo de uma carne, e a alegria
do que não se nega.
vivem ainda
a arder, aquelas coxas?
Dão luz ainda
a estes olhos tão velhos e enganados,que voltam agora a ser o milagre que foram:
desejo de uma carne, e a alegria
do que não se nega.
A vida é o naufrágio de uma obstinada imagem
que já nunca saberemos se existiu,
pois só pertence a um lugar extinto.
que já nunca saberemos se existiu,
pois só pertence a um lugar extinto.
Francisco Brines, in A Última Costa, Assírio&Alvim, 1997.
Sem comentários:
Enviar um comentário