sábado, 12 de janeiro de 2013

Longe a Longe

Longe a longe  
ler a  última página do jornal
acenar aos primeiros veleiros da manhã
fazer cócegas no pescoço da memória
evidenciar o azul celeste do oceano 
erguer a janela com o raiar da aurora 
reconhecer os lábios vermelhos da juventude
longe a longe  
apertar os botões do casaco um a um  
bater no peito como no tambor da infância
avistar golfinhos à distância de um pulmão
verter lágrima e o berro cristalizado 
despertar do sono e da tempestade 
começar a andar descalço até ficar sem chão.

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