sexta-feira, 1 de julho de 2016

O Olhar...

       
        Liv Ullmann nasceu em Tóquio, Japão, a 16 de Dezembro de 1938. Filha de um engenheiro em permanente digressão, viveria também no Canadá e Nova Iorque, tendo crescido na terra dos pais, em Trondheim, na Noruega. No final da adolescência rumou a Londres, onde estudou Arte Dramática na Webber Douglas Academy of Dramatic Art. De regresso à Noruega, enceta o seu percurso teatral no Teatro Rogalang, em Stavanger, com o “Diário de Anne Frank”. Até ao reconhecimento enquanto actriz foi uma longa caminhada, já que se deu ao trabalho de aprender e representar Bertolt Brecht, Bernard Shaw e Shakespeare no Teatro Nacional da Noruega, em Oslo. Simultaneamente dava os primeiros passos em produções televisivas de baixo custo e qualidade duvidosa. Em Estocolmo, conheceu a actriz Bibi Anderson, que lhe apresentou Ingmar Bergman, onde viria a entrar em dez filmes daquele realizador sueco: “Persona” (1966); “A Vergonha” (1968); “A Hora do Lobo” (1968); “A Paixão de Ana” (1969); “Lágrimas e Suspiros” (1972); “Cenas da Vida Conjugal” (1973); “Face a Face” (1976); “O Ovo da Serpente” (1977); “Sonata de Outono” (1978) e “Saraband” (2003). Foi ao lado de Bergman, que arriscou viveu cinco anos nas Ilhas Fårö e de quem teve uma filha Linn Ullmann, actualmente escritora. Recentemente, Liv Ullmann contracenou com a actriz australiana, Cate Blanchett, a peça do norte-americano Tennesse Williams, intitulada “Um Eléctrico Chamado desejo”. O “Anjo norueguês”, apelido porque ficou conhecida, realizou também há dois anos o filme “Miss Julie”, a partir de um texto de August Strindberg. Faz igualmente neste mês de Julho cinco anos que apresentámos o tributo "O Olhar de Uma Inatingível Ternura" - textos, palavras e imagens de um espectador para a actriz Liv Johanne Ullmann. O tributo/homenagem consistia na encenação de um texto poético com as interpretações de Ana Sequeira e Tiago Silva, a composição musical de João Silva, os desenhos de Daniel Seabra Lopes e Isabel Lhano e vídeos de Aurora Ribeiro. Além da história da actriz/realizadora/encenadora norueguesa, o texto desfiava as memórias de um adolescente e a descoberta do cinema por este através da actividade dos cineclubes, instituições que tiveram um papel preponderante na divulgação de grandes obras cinematográficas.

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