quarta-feira, 6 de novembro de 2024

"Três Haikais..." no Festival Curta Açores

      No dia 8 de Novembro, sexta-feira, iremos ter a oportunidade de ver, no Festival Curta Açores, no Teatro Ribeiragrandense, a curta-metragem “Três Haikais, um Peixe Surfista e uma Canção de Amor para o Areal”. A sessão é aberta aos cineclubistas presentes no Encontro Nacional de Cineclubes e aos restantes cinéfilos que habitam a ilha.
20h30 no Ribeiragrandense 
      Acreditamos, assim, que o sonho de quem cresce a ver cinema é, essencialmente, escrever argumentos, realizar filmes, colocar e pôr em prática essa paixão pela sétima arte, a sua cinefilia. O cinema é, assim, uma arte que junta e agrega muita gente em volta de uma ideia ou projecto. Foi, aliás, isso que aconteceu com o “Três Haikais…”, sobretudo quando a Gabriela Oliveira me acompanhou nesta aventura, dado que já tinha participado no Itinerário, o seu primeiro filme. A Gabi, com muita paciência, acedeu filmar os três lugares onde decorre a acção – o terraço caseiro, essencialmente, a visão daquelas três araucárias, a Cervejaria do Areal, com as já suas célebres partidas de matraquilhos e, por último, o Areal de Santa Bárbara, que trata ser o motor principal do filme. Seguiu-se, mais tarde, de convidar o Elliot Sheedy, um cineasta norte-americano a residir há largos anos em São Miguel, que compreendeu de sobremaneira o que estava em causa e empreendeu a ligação e montagem da narrativa subjacente.Pode-se confirmar, sem hesitações,  que com ele este poema visual obteve outro ritmo, forma  e contenção. Acrescente-se que, ao longo da montagem desta curta, ficou estabelecida uma cumplicidade com o músico Filipe Furtado, autor da banda sonora, dado ser este um açoriano de gema e conhecedor do objecto/lugar onde o filme foi filmado. O Filipe Furtado soube, com a mestria que lhe é característica, “encher” os espaços vazios de sonoridades melancólicas, ao mesmo tempo que compôs uma “Canção de Amor para o Areal”. 
         Por fim, fica aqui esta “ode à comunidade da Ribeira Seca” e às suas gentes, dado que nunca teria sido possível filmar sem a colaboração daquela comunidade que habita naquela freguesia da Ribeira Grande. Por esse motivo, um especial agradecimento ao senhor Manuel Furtado, proprietário da Cervejaria do Areal, bem como ao Fernando Raposo e a sua família que, ao ceder as fotografias do seu álbum familiar, enriqueceu a perspectiva histórica de tão afamada capital do surf. Em boa verdade, este documentário, para além de dar conta da mudança a ter lugar na costa norte da ilha de São Miguel, pretende também fixar este encontro com os seus habitantes e suas memórias. Saibamos assim ser testemunhas deste momento de transição bem como portadores de um tempo novo que, por certo, chegará. Bom visionamento!

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