quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

2025: Adeus 2024!

         
      Regressar à rotina, à ilha, sem antes ter provado o fel dos atrasos aéreos, as longas e demoradas horas nos aeroportos. É, pois, normal que assim seja por alturas de dias invernais ou no momento de começo ou encerramento dos períodos festivos. Nada disso estraga ou corrompe a memória de um continente com dias de céu aberto e azulado, o frenesí e a azáfama das ruas e comércio, ainda que com noites muito friorentas. Pelo sul, aquando da passagem por Lisboa e Leiria, sente-se ambas as cidades acolhedoras e hospitaleiras como há muito não se via. Há também muitos imigrantes a conduzir autocarros, os restaurantes cheios de gente a falar diferentes línguas ou ainda a máxima surpresa pelo estado anómalo em que se encontra a estação de comboios de uma capital de distrito, refiro-me concretamente à cidade afamada pelo rio Lis. No norte, a mesma tenacidade e empenho nas tarefas, o encontro de tanta gente que não se cansa de agitar as águas, é o que acontece à Feira de edições Independentes no Centro de Estudo Anterianos promovida pela Associação Cabe Cave, na cidade de Vila do Conde.
         Entretanto, houve ainda tempo para assistir ao mais recente filme do mais conhecido cineasta espanhol da actualidade: Pedro Almodóvar. A película gira em torno de duas amigas que partilharam a mesma profissão na juventude enquanto jornalistas.Uma delas com o nome Martha (Tilda Swinton), o que  é sinónimo de proteção, isto é, de alguém que é dona de si própria e que luta para não sucumbir perante a adversidade. Há, pois, que terminar com a existência com a ajuda de um medicamento comprado no mercado negro. Pedro Almodóvar dá-nos a ver em "O Quarto do Lado" uma mulher guerreira,  destemida e, que perante a sentença de morte, socorreu-se da amizade para falar do que importa viver. Acompanha-a Ingrid (Julianne Moore), aqui no papel de escritora célebre e amiga cuidadora, com muito medo de morrer. Em contrponto, temos Damian, um activista climático que conta já com o fim do mundo para breve, mantendo o seu humor por instantes. Para além de tudo isso, o que não é pouco, uma bela e discreta banda sonora de Alberto Iglésias, mantendo os seus cenários habituais. 

Sem comentários:

Enviar um comentário