segunda-feira, 6 de maio de 2013

Cinco poemas de Maio

Medo

O nó desviado no estômago de vidro
A secura de um lábio afugentado pelo cair da tarde
Fuga de qualquer lembrança no início de Janeiro

Beleza

Memórias dos dias infantis à varanda
A luz na transparência do vestido
Lume brando no decote da madrugada

Desamor

Como facas que gritam enfurecidas
Rochas esbatidas pelas vagas
O pio calado dos pássaros à beira-mar

Velhice

O espelho rompe pela temperatura
Face antes vagamente jovem
Cai pela ruga a passagem do tempo
A água esgota-se na saudade

Aborrecimento

Escondo o presente e não sei
É hora e não vou a tempo de arriscar
Permaneço e assim por aqui me aborreço

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