segunda-feira, 6 de maio de 2013

Horta, Angra, Ponta Delgada...

Eu descia pelos portos à procura
das cidades marítimas. Marés violentas
batiam as enseadas; às vezes sentava-me nos botes
conversando com os agrários do mar. E diziam-me:
Há três cidades à beira-naufrágio,
e muitas outras sem rosto nem memória
E nomeavam: Horta, Angra, Ponta Delgada
e arregaçavam mais as calças, os pescadores de algas
e silêncio. Retirava deles a lição do mergulho, retribuindo
com bagaço  e cigarros. Crescia barco rumo às ilhas
de oeste.

Santos Barros in (Sequência de poemas “Os Alicates do Tempo”, )

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