quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Mbye Ebrima: a Kora Inebriante!

      Acabou Novembro, findou musicalmente da melhor maneira. E com ele foi tanta música pelo espaço sideral embora, bastou por isso ver o músico gambiano, Mbye Ebrima, a tocar a sua Kora na Academia das Artes no Festival “O Mundo Aqui”, organizado pela AIPA. É bom, maravilhoso até, comer as comidas de países com gentes que vivem e trabalham por cá. É mesmo muito bom, desfrutar da cachupa, do sushi, da chamussa, beber um grogue, provar uma caipirinha, degustar uma sobremesa como o bolo de coco ou uma cocada, saborear tanta gastronomia variada. Sabe bem, sabe sim senhor. Apreciar a mistura, reconhecer a nossa história comum, as diferenças que ainda existem e que em estado harmónico progridem. Conceber, portanto, essa hipótese de um património conjunto. Ao mesmo tempo viajar com os maravilhosos sons extraídos da kora de Mbye Ebrima, sempre com o seu riso, a sua altura e figura esfíngica, os seus apelos à paz e ao amor, juntando com ele no final Alexandre Gualdino, músico cabo-verdiano, sabendo que aquele momento terá sido único, para mais tarde recordar, ainda que preparando o espaço e o tempo para a doçura cálida do canto de Vânia Dilac, com nova companhia e visual. Esta é a mistura que une, não a guerra, a música que é arte e que é fértil, que fecunda a esperança de um mundo outro, possível na sua diferença e diversidade, expressa por países e lugares tão distintos – Cabo Verde, Brasil, Moçambique, Portugal, Açores - enfim, a memória e a liberdade de um entendimento possível pelo canto e pela barriga. Assim seja. 

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