That´s How I Love You, 2024 Mário Macedo |
A sessão abriu com That´s How I Love
You, uma curta-metragem com origem na Croácia e realizada pelo português, Mário Macedo, que narra a história das férias dum neto junto dos avós na aldeia onde estes vivem. O vencedor do grande prémio contém planos fixos bem definidos, personagens credíveis e uma tensão narrativa permanente, a curta é terna e cativante até ao seu terminus. O mundo dos adultos e o seu legado é aqui visto sob o
olhar de uma criança, os seus receios e a sua vontade de pertença, a pedir um
crescimento atento, dialogante, ainda que sempre doloroso. Não terá sido sempre assim? Seguiu-se Rinha,
curta-metragem de Rita M. Pestana, prémio de melhor filme, todo ele passado em Belo Horizonte, Minas Gerais. São vinte e três minutos mergulhados no submundo
das lutas de galos e na vida de personagens desesperadas. Aqui é o cuidado e persistência associados ao feminino, sentimento explícito de preservação e manutenção do mundo antigo a funcionar. Seguiu-se depois Percebes de Alexandra Ramirez, Laura
Gonçalves, uma animação portuguesa (Prémio do Público), sob a forma de tributo ao crustáceo mais popular da
região algarvia. O filme de grande investimento visual e gráfico é feito em forma de coral narrativo por todos os que apanham e vivem de tão importante iguaria. A sessão terminou com
Blhec, prémio do público na competição internacional. Trata-se de uma animação divertida sobre o poder do beijo entre os humanos e a curiosidade que este desponta nos mais novos, isto é, nas crianças que lidam com o desplante de pôr os lábios a brilhar, a cada investida que avistam. O filme de Loïc Espuche seria o mais leve e divertido nesta noite de cinema ao ar livre com lua nova.
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