Que o fim da tarde nunca vai ser noite
Douta Melancolia
"Pensar é um dos maiores prazeres da raça humana" Bertolt Brecht
quinta-feira, 14 de março de 2024
terça-feira, 12 de março de 2024
Da Leitura
“Na
verdade, quem defende esta nova forma de ignorância agressiva de deslumbramento
tecnológico não são os novos ignorantes, mas antigos ignorantes, a quem as
redes sociais dão uma ilusão de igualdade e uma presunção de saber que
transporta todos os preconceitos da ignorância com o ressentimento em relação
ao saber e ao esforço de saber. São a forma actual de anti-intelectualismo travestido
de modernidade, cujos estragos na educação, no jornalismo, na sociedade, na
cultura e na política são devastadores. E, para utilizar uma expressão comum,
podem ter a certeza de que ser ignorante agressivo é das coisas menos sexy que
há.
Para além desta nova forma de pobreza, se lhe tiramos o futebol e o Big Brother, o mundo deve ser muito baço. É que ler é entrar em todos os mundos, alegres e sinistros, apaziguadores e violentos, nossos e alheios, e que nunca acabam. No arquivo Ephemera sabemos bem isso, porque cada biblioteca que nos é oferecida tem o retrato do seu doador e por isso não são só livros, mas vidas. Por exemplo, num conjunto de livros oferecidos por Luísa Costa Gomes, havia várias edições dos clássicos gregos e latinos. A gente, sim a gente, pega num e não larga. Pode-se ler todo ou abrir numa página qualquer e depois passar para outra, ou para a capa, e mesmo que já se tenha lido, há ali uma força inicial, que vem das primeiras palavras da nossa civilização.”
Para além desta nova forma de pobreza, se lhe tiramos o futebol e o Big Brother, o mundo deve ser muito baço. É que ler é entrar em todos os mundos, alegres e sinistros, apaziguadores e violentos, nossos e alheios, e que nunca acabam. No arquivo Ephemera sabemos bem isso, porque cada biblioteca que nos é oferecida tem o retrato do seu doador e por isso não são só livros, mas vidas. Por exemplo, num conjunto de livros oferecidos por Luísa Costa Gomes, havia várias edições dos clássicos gregos e latinos. A gente, sim a gente, pega num e não larga. Pode-se ler todo ou abrir numa página qualquer e depois passar para outra, ou para a capa, e mesmo que já se tenha lido, há ali uma força inicial, que vem das primeiras palavras da nossa civilização.”
Pacheco Pereira, in “Porque é que ler conta, e muito, para a liberdade”, no Jornal Público, sábado, 9 de Março de 2024.
sábado, 9 de março de 2024
Da Excepção e a Regra de Bertolt Brecht
Vou contar-vos
A história de uma viagem. Fazem-na Um explorador e dois explorados
Observem com atenção o comportamento desta gente
Estranhem-no ainda que não seja estranho.
Não aceitem, ainda que normal. Ainda que
não o compreendam, que seja a regra
Desconfiem da mais pequena das ações
Daquela aparentemente insignificante! Tentem perceber se é necessário
Sobretudo o que é mais comum
E por favor não achem natural
Aquilo que sempre acontece!
Que seja pois tido por natural
Nestes tempos sombrios de caos sangrento
De desordem ordenada, de arbitrariedade planeada
de humanidade desumanizada, para que
Nada seja imutável
Tradução de José Vieira Mendes
quarta-feira, 6 de março de 2024
No 34ºAniversário do Jornal Público...
“Todos os homens são diferentes uns dos outros e as mulheres também são, e durante muito tempo isso não aconteceu. Os homens eram diferentes uns dos outros, mas as mulheres eram todas iguaizinhas."
Maria Velho da Costa, terça-feira, 5 de Março de 2024.
Falando de Epifenómenos...
"Surpresa das eleições de 1985, é um partido que junta sindicalistas e gente da CIP, novembristas de 1975 agora afastados dos comandos militares, desgarrados de todos os partidos, que gera esperança no PCP e confrontos noutros lados de esquerda. Acabou de realizar o seu congresso. Mas ninguém sabe o que quer o PRD."
in Jornal Combate, Novembro de 1986.
domingo, 3 de março de 2024
Música Pré-Eleitoral
Sun Forest - Ghosteen, 2019 - Nick Cave
Ideologie - Talking with Taxman About Poetry, 2006 - Billy Bragg
Cançoneta do Forte e Fraquinho - A Dúvida Soberana, 2021 - Zeca Medeiros
Desde las Alturas - Desde las Alturas, 2020 - Guitarricadelfuente
Mentira - Clandestino, 1998 - Manu Chao
All My Happiness is Gone - Drag City, 2019 - Purple Mountains
As Mesmas Coisas - Uma Tarde na Fruteira, 2007 - Júpiter Maçã
Basbaque - Basbaque, 2018 - WE SEA
Alma não Tem Cor - Aos Vivos, 1995 - Chico César
Tentas Tanto - Sara Cruz, 2015 - Sara Cruz
Valsa Quase depressiva - Exílio, 2004 - Quinteto Tati
The Dolphins - Freid Neil, 1966 - Fred Neil
Cançoneta do Forte e Fraquinho - A Dúvida Soberana, 2021 - Zeca Medeiros
Desde las Alturas - Desde las Alturas, 2020 - Guitarricadelfuente
Mentira - Clandestino, 1998 - Manu Chao
All My Happiness is Gone - Drag City, 2019 - Purple Mountains
As Mesmas Coisas - Uma Tarde na Fruteira, 2007 - Júpiter Maçã
Basbaque - Basbaque, 2018 - WE SEA
Alma não Tem Cor - Aos Vivos, 1995 - Chico César
Tentas Tanto - Sara Cruz, 2015 - Sara Cruz
Valsa Quase depressiva - Exílio, 2004 - Quinteto Tati
The Dolphins - Freid Neil, 1966 - Fred Neil
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024
terça-feira, 27 de fevereiro de 2024
Março Marçagão...
Mova Dreva de Katerina L´Dokova Festival Prolíficas 2024 |
Eis, assim, que Fevereiro, um mês de pavio muito curto, se despede. E, como foi bom em termos musicais, auspicioso e fugaz, já que recentemente ouvimos a Sara Cruz e a Marianna em cantorias crescentes com vista para o mar e lua cheia, ouvimos estas cantoras açorianas no andar de cima do Centro de Artes Contemporâneas – Arquipélago, ambas por ali à cata e à descoberta do seu lugar no mundo das canções. Duas cantautoras, portanto, convidadas que foram deste festival de mulheres compositoras, criativas e prolíficas que encheram o Arquipélago no fim de tarde de sábado para ouvir as suas canções, já que no domingo escutámos a Diana Botelho tocar ao piano peças de Ana Paula Andrade, Ângela da Ponte, Constança Capdeville e Teresa Gentil. Pelo meio, apreciámos a instalação “vibrante” de Ângela da Ponte em exposição e audição, numa composição que contou com a colaboração na sua materialização do mestre António da Ponte. E, por último, o concerto do fecho com Katerina L´Dokova, mostrando as canções do seu álbum Mova Dreva, naquele seu périplo de sonoridades tradicionais da Bielorrússia, misturando roupagens do jazz com outras derivações clássicas e contemporâneas. Um fim de semana, portanto, recheado de sonoridades no feminino que releva com suma importância a existência de dias claros e harmónicos para enfrentar o Inverno derradeiro que se avizinha.
Música Para um Março Pardo e Venturoso
-Vens ou Ficas - Ombro, 2024 - Malva
-J´Arrive - J´Arrive, 1968 - Jacques Brel
-Ideologia - Ideologia, 1988, - Cazuza
-Águas de Março - Elis, 1972 - Elis Regina
-Primavera - O Sol Voltou, 2019 - Luís Severo
-Les Anarchistes - Les
anarchistes, 1969 - Leo Ferré
-Uma Coisa Linda de Morrer - Prelúdio, 2023 - Filipe Furtado Trio
-Our
House - The Rise
& Fall, 1982 - The
Madness
-Luka - Solitude Standing, 1987 - Suzanne Vega
-Galgar - Sol de Março, 2018 - Medeiros & Lucas
-Exodus - Atlas, 2024 - Três Tristes Tigres
-J´Arrive - J´Arrive, 1968 - Jacques Brel
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024
O TREMOR Regressa em Março!
O
Tremor regressa às ruas e aos palcos da ilha de São Miguel entre os dias 19
e 23 de Março. Entretanto, passaram dez anos após a primeira edição e, nesse
sentido, invade-nos por isso uma nostalgia neste momento de data redonda. Uma
década depois já não há espaços como a Travessa dos Artistas, na Travessa dos
Henriques, o Arco 8, em Santa Clara, ou mesmo a Tascá, na
rua de Lisboa. O aluguel das casas no centro de Ponta Delgada regista preços
astronómicos e comer uma sandes de atum com sementes de sésamo tornou-se numa
espera descomunal e um aparato cénico destinado a hordas de turistas leitores
de panfletos turísticos. Saudades, assim, do outro tempo mas felizes pelo regresso anual deste tão apregoado e engordado certame musical que não pára de crescer.
Desta feita, o Tremor continua alegremente o seu percurso ascendente e, para já, promete “41 artistas de geografias diversas”, afirmando-se presentemente como o grande evento musical do arquipélago. Continua, assim, a desbravar espaços e arriscar concertos, audições e parcerias dignos de entusiasmo e atenção. Ao longo dos últimos anos foi criando ramificações e comparência na Ribeira Grande, ocupando a blackbox do Centro de Artes, Arquipélago, a sala principal do Teatro Ribeiragrandense ou o interior do Mercado Municipal para incluir muita da sua programação. Curiosamente, este ano há menos Ribeira Grande e mais Rabo de Peixe, valha-nos isso! Que seja grande a festa como sempre!
Desta feita, o Tremor continua alegremente o seu percurso ascendente e, para já, promete “41 artistas de geografias diversas”, afirmando-se presentemente como o grande evento musical do arquipélago. Continua, assim, a desbravar espaços e arriscar concertos, audições e parcerias dignos de entusiasmo e atenção. Ao longo dos últimos anos foi criando ramificações e comparência na Ribeira Grande, ocupando a blackbox do Centro de Artes, Arquipélago, a sala principal do Teatro Ribeiragrandense ou o interior do Mercado Municipal para incluir muita da sua programação. Curiosamente, este ano há menos Ribeira Grande e mais Rabo de Peixe, valha-nos isso! Que seja grande a festa como sempre!
domingo, 25 de fevereiro de 2024
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