“Alentejo, Alentejo” foi o nome
escolhido pelo Sérgio Tréfaut para o seu mais recente documentário, desta feita
sobre o cante alentejano e que acabou de conquistar, na categoria de películas
nacionais, a edição deste ano o festival internacional de cinema independente
IndieLisboa. Sérgio Tréfaut filma homens e mulheres, curtos e grossos, pequenos e grandes, crianças
e velhos, essencialmente todos aqueles que se dão à experiência do cante
alentejano e o mantém vivo. Daí este aproximar a câmara aos cantores alentejanos
e deixá-los fazer aquilo que estes mais gostam de fazer quando estão juntos:
cantar, comer açorda e beber o vinho que produzem. “Alentejo, Alentejo” é,
pois, um monumento ao cante antes deste
virar património mundial. Rica alma a deste gente, julgamos ainda ser possível apelidar de povo, e que se expressa no cantar e no
gosto de o fazer publicamente em qualquer lugar, sendo actualmente uma das maiores fontes
de vitalidade e afirmação cultural daquela região. Ergamos um copo e ouçamo-los cantar bem como agradecer à Burra de Milho por esta extensão à Ilha Terceira.